Policiais militares celebram Massacre do Carandiru em vídeo; PM investiga

247 - Um vídeo postado em rede social mostra policiais militares comemorando o Massacre do Carandiru e enaltecendo o coronel Ubiratan Guimarães, comandante da operação que resultou na morte de 111 presos em 1992. As imagens, que não eram do conhecimento da instituição, mostram um grupo de alunos do curso de formação de soldados exaltando a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e descrevendo o massacre em termos violentos e depreciativos. A Polícia Militar desaprovou completamente o conteúdo e já iniciou uma investigação para apurar o caso. As informações são de Josmar Jozino, do portal UOL.

Os soldados do Choque aparecem no vídeo formando uma roda, batendo palmas e cantando refrões que glorificam a violência durante o Massacre do Carandiru, comparando o presídio a um cenário de guerra e se referindo aos prisioneiros de forma pejorativa. A PM ressaltou que a ação parece isolada e sem a presença de instrutores, mas destacou a gravidade do comportamento exibido. A música cantada pelos soldados mencionava bombas, facadas, tiros e corpos mutilados, glorificando os atos cometidos na operação.

O Massacre do Carandiru teve repercussão mundial e foi manchete de jornais em vários países. O episódio resultou em condenações de 74 policiais militares a penas que variavam de 48 a 624 anos de prisão. No entanto, em novembro de 2022, Jair Bolsonaro concedeu indulto aos condenados, decisão que foi suspensa parcialmente pela então ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, até que o caso fosse revisado. O ministro Luiz Fux autorizou a Justiça de São Paulo a retomar o julgamento sobre o indulto, mantendo a questão ainda em aberto. Segundo especialistas, o massacre foi um marco para a organização dos presos e a criação do PCC, a maior facção criminosa do Brasil.