Policiais são investigados por música que exalta Massacre do Carandiru (vídeo)
'Bomba, facada, tiro e granada. Corpos mutilados e cabeças arrancadas', dizia um trecho da música
247 - Policiais militares do estado de São Paulo apareceram em um vídeo dançando e cantando uma música que exalta o Massacre do Carandiru, que aconteceu no Complexo Penitenciário do Carandiru, na zona norte de São Paulo, em 2 de outubro de 1992, quando uma suposta rebelião de presos e a consequente invasão do pavilhão 9 por tropas da PM resultaram na morte de 111 detentos.
No vídeo, gravado dentro do prédio da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), no centro de São Paulo, os policiais gritam "Cavalaria, Brasil", enquanto batem palma. Um agente identificado como soldado Breno puxa o coro e começa a dançar. A PM disse que investiga o caso.
Veja um trecho da música:
"Cavalaria Brasil. Esquerda, esquerda, direita, Choque! Hoje eu te apresento o 1º Batalhão, aquele que acalmou a Casa de Detenção [Carandiru], 1992, logo pela manhã, o clima já era tenso. A caveira já estava sorrindo para o detento. Lá só tinha lixo, a escória, na moral. Foi dado pista quente para derrubar geral. Bomba, facada, tiro e granada. Corpos mutilados e cabeças arrancadas. O cenário é de guerra, tipo Vietnã. A minha continência, Coronel Ubiratan. Vibra, ladrão, sua hora vai chegar. Escola de Choque tá saindo pra caçar."
Sobre o massacre de Carandiru, mais de 20 anos depois, 74 dos cerca de 350 policiais que participaram da ação foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas que variam de 48 a 624 anos de prisão. Eles aguardam em liberdade pelo desfecho jurídico do episódio. O último recurso foi o julgamento da constitucionalidade do indulto concedido por Jair Bolsonaro (PL). O assunto está em análise no Supremo Tribunal Federal.
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