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    "Povo não esquecerá tentativa de violar democracia", diz idealizador de placa 'Sem anistia' em Copacabana

    Estudante de direito e sua família produziram faixa em protesto silencioso contra ato bolsonarista; mensagem viralizou e gerou apoio e ataques

    (Foto: Arquivo Pessoal )
    Camila França avatar
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    247 - Em um protesto silencioso e simbólico, o estudante de direito João Pedro Fagundes, de 18 anos, e sua família fixaram uma placa com a inscrição "Sem anistia" na janela de seu apartamento, localizado no prédio de número 3018 da Avenida Atlântica, em Copacabana, Rio de Janeiro. A ação foi uma resposta ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado no domingo (data), que pedia anistia para os participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A ideia surgiu após uma conversa familiar na noite de sexta-feira, e a produção da faixa começou no sábado, com a ajuda da madrasta de João Pedro, que preferiu não se identificar.

    "Quis mandar uma mensagem aos golpistas e seus apoiadores de que o povo brasileiro não esqueceu e não esquecerá a criminosa tentativa de violar a democracia", afirmou João Pedro, em entrevista ao jornal O Globo. O jovem destacou que a iniciativa partiu de um desejo de representar milhões de brasileiros que repudiam os ataques às instituições democráticas. "Recebi apoio de amigos próximos, e depois, com a grande repercussão que teve, vi muitas pessoas nas redes sociais concordando e incentivando o posicionamento. Foi muito bom poder representar milhões de brasileiros com a mensagem", completou.

    A placa, no entanto, também gerou reações negativas. Durante o ato, alguns manifestantes bolsonaristas gritaram insultos e fizeram gestos obscenos em direção ao apartamento. João Pedro relatou que houve tentativas de intimidação, como gravações com zoom de seu rosto, mas garantiu que isso não os abalou. "Tiveram alguns manifestantes que responderam com gestos obscenos, mas tudo dentro do jogo democrático, apesar da manifestação ser em defesa daqueles que atentaram contra a democracia", disse. Ele também ressaltou que, embora seu protesto seja simbólico, faria quantas vezes fossem necessárias em defesa da democracia.

    O ato bolsonarista em Copacabana reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, segundo cálculo feito pelo grupo de pesquisa "Monitor do debate político" do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common. O Datafolha, por sua vez, estimou um público de 30 mil pessoas. A mobilização foi considerada pequena em comparação com outros eventos bolsonaristas no Rio, como o de 7 de setembro de 2022, que reuniu 64,6 mil pessoas. "Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo", avaliou Ortellado.

    João Pedro afirmou que, apesar de retirar as placas da janela, está pronto para novas manifestações caso sejam marcados outros protestos bolsonaristas no local. "Sei que o meu feito não chega perto daqueles que, como Rubens Paiva, morreram na luta pela democracia, mas por e para eles faria quantas vezes fossem necessárias", concluiu.

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