Projeto propõe alterar o nome da rodovia Castello Branco para Eunice Paiva

A SP-280 liga a Região Metropolitana de São Paulo à região central do estado e homenageia o primeiro presidente da ditadura militar

04 de março de 2025, 20:24 h

Eunice Paiva, Rubens Paiva e Guilherme Cortez (Foto: Divulgação I Reprodução )

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247 - O deputado estadual Guilherme Cortez (Psol) apresentou na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo um projeto de lei para rebatizar a rodovia SP-280, atualmente denominada Presidente Castello Branco, para Eunice Paiva. Sua história foi retratada no filme "Ainda Estou Aqui", vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional. Eunice Paiva é esposa do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado e torturado pelos militares durante a ditadura. A obra do cineasta Walter Salles e protagonizada pela atriz Fernanda Torres levou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, marcando a primeira vez que o Brasil ganhou o troféu.

A SP-280 liga a Grande São Paulo à região central do estado, passando por municípios como Sorocaba e Itu. Desde sua inauguração, homenageia Castello Branco, o primeiro presidente da ditadura militar (1964-1985). Ele ficou no poder de 1964 a 1967, sendo sucedido por Artur da Costa e Silva (1967-1969), pela junta militar brasileira de 1969, por Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985).

Na Assembleia Legislativa de SP, o deputado Guilherme Cortez defendeu a “necessidade de ressignificação de nomes de rodovias, parques, escolas, viadutos e prédios públicos estaduais que homenageiam personalidades históricas que se destacaram pela perseguição a minorias e pela violência.”

A trama aborda o desaparecimento do político Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva, durante a ditadura militar (1964-1985). O foco da obra é Eunice Paiva. Casada com Rubens Paiva e mãe de cinco filhos, ela passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso, torturado e assassinado.

Lançado em novembro de 2024, o filme foi assistido por mais de 5 milhões de pessoas no Brasil e rendeu mais de R$ 100 milhões em bilheteria. Antes de vencer o Oscar, em Los Angeles, Ainda Estou Aqui recebeu 38 prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Prêmio Goya e o Globo de Ouro de Melhor Atriz.