Ricardo Nunes exalta Tarcísio, se afasta de Bolsonaro e diz que não apoiará Lula em 2026
Prefeito reeleito de São Paulo também afirmou que tentará manter o valor atual da tarifa de ônibus na cidade e detalhou seus planos para a gestão
247 – Em entrevista aos jornalistas Hyndara Freitas e Luiz Rivorio, do Globo, o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expressou incômodo com as declarações ambíguas do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha, mas destacou a importância do apoio de Bolsonaro e outros aliados, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nunes reforçou sua preferência por Tarcísio como candidato da direita para as eleições presidenciais de 2026, caso Bolsonaro esteja inelegível. “Ele não quer de jeito nenhum, mas é um cara muito preparado”, afirmou o prefeito sobre Tarcísio.
Nunes também deixou claro que, embora o MDB faça parte da base do governo Lula, ele não pretende apoiar a reeleição do presidente em 2026, defendendo que seu partido “ouça a voz das urnas”. Para ele, a população busca uma administração eficiente e responsável, distanciando-se das pautas defendidas pela esquerda. “A população quer prosperar, ter uma gestão responsável e responsabilidade fiscal”, afirmou, destacando que seu posicionamento é “de apoiar quem me apoiou”.
Divergências com Bolsonaro e desafios da campanha
Embora Bolsonaro tenha contribuído para a campanha de Nunes, o prefeito revelou certo desconforto com o ex-presidente por elogios direcionados a Pablo Marçal, adversário de Nunes. "Eu não gostei, lógico", disse o prefeito sobre as falas de Bolsonaro. Nunes destacou, no entanto, que Michelle Bolsonaro e o próprio Bolsonaro se posicionaram a seu favor em momentos críticos da campanha.
O prefeito também comentou a influência de Marçal, que, segundo ele, utilizou uma “rede social muito forte” para difundir desinformação. Ele vê a necessidade de aprimorar a presença digital de sua equipe e afirma que a experiência com Marçal lhe ensinou “o que não fazer”.
Planos de gestão e política tarifária para o transporte público
Sobre o futuro da gestão, Nunes pretende enviar para a Câmara o projeto de criação do Conselho de Segurança Tributária, visando transparência e maior segurança jurídica para os contribuintes. Questionado sobre a tarifa de ônibus, o prefeito expressou sua intenção de mantê-la no valor atual, embora ressalte que a decisão depende do custo do petróleo e da situação fiscal. “Minha vontade é que a gente mantenha a tarifa de R$ 4,40”, declarou, ressaltando que não pretende sacrificar áreas essenciais como Saúde e Educação.
Segurança e infraestrutura
No campo da segurança, Nunes destacou o projeto “Smart Sampa”, que pretende implementar reconhecimento facial para monitorar crimes. Ele acredita que a tecnologia permitirá uma resposta mais ágil e eficaz contra a criminalidade em São Paulo. Ao mesmo tempo, ressaltou que não pretende adotar medidas radicais, como cercar a Praça da República, destacando que o local possui grande fluxo de pessoas.
Sobre privatizações e parcerias público-privadas (PPPs), o prefeito anunciou planos para concessões do Parque Dom Pedro e da Esplanada da Liberdade, além de um projeto para o parque do Campo de Marte. “Meu desejo é desapropriar o Jockey Clube e fazer uma concessão para virar parque”, comentou.
Um futuro de “voz mais forte” no MDB
Com a vitória nas eleições, Nunes acredita que sua influência dentro do MDB aumentará. “Quem manda na política é quem tem voto”, declarou. Reiterou sua postura de independência em relação ao apoio ao governo federal, reafirmando seu compromisso com quem lhe deu suporte durante a campanha e projetando um fortalecimento da direita para 2026, com preferência clara por Tarcísio, caso Bolsonaro não esteja apto a concorrer.
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