Vídeo contradiz versão da PM sobre morte de estudante de medicina em hotel na zona sul de São Paulo
Os agentes alegaram em Boletim de Ocorrência (B.O.) que a vítima estaria "bastante alterada e agressiva" e teria resistido à abordagem
247 - Um vídeo de câmera de segurança coloca em dúvida a versão apresentada pelos policiais militares envolvidos na morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, estudante de medicina, na madrugada desta quarta-feira (20), em um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. De acordo com o Metrópoles, os agentes alegaram em Boletim de Ocorrência (B.O.) que a vítima estaria "bastante alterada e agressiva" e teria resistido à abordagem.
Segundo o relato policial, Marco Aurélio teria tentado tomar a arma do soldado Bruno Carvalho do Prado, o que levou o soldado Guilherme Augusto a disparar contra ele, justificando a ação como "um único disparo para contê-lo". No entanto, as imagens de segurança mostram detalhes que contradizem essa versão, gerando questionamentos sobre a conduta dos agentes no caso.
Omissão de registros em câmeras corporais
Embora a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tenha afirmado que as imagens das câmeras corporais dos policiais seriam anexadas às investigações conduzidas pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dispositivos dos PMs envolvidos no caso não estavam ativados no momento da ocorrência, segundo consta no B.O.
A ausência desses registros oficiais, combinada com o vídeo externo, acirra as dúvidas sobre a narrativa apresentada pelos agentes. A investigação terá papel crucial para esclarecer os acontecimentos que culminaram na morte do jovem.
Quem era Marco Aurélio
Estudante de medicina da Universidade Anhembi Morumbi, Marco Aurélio, também conhecido como “Bilau” por seus colegas, era um jovem com múltiplos interesses. Além de estudar, ele era músico, tendo gravado canções sob o nome artístico “MC Boy da VM”. No Spotify, suas músicas publicadas em 2022 e 2023 reforçam sua paixão pela arte. Em suas redes sociais, Marco se definia como “mestre de cerimônia” e “compositor”.
Horas antes de sua morte, o estudante fez sua última publicação nas redes sociais, encerrando tragicamente uma vida promissora.
Luto e comoção
A Associação Atlética Acadêmica de Medicina Anhembi emitiu uma nota de pesar:
"A Medicina Anhembi manifesta profundo pesar pelo falecimento do nosso querido aluno do internato, Marco Aurélio Cardenas Acosta, apelidado como ‘Bilau’.”
A morte do jovem gerou comoção entre amigos, colegas e familiares, que agora clamam por justiça e esclarecimento das circunstâncias do ocorrido.
Próximos passos
A Corregedoria da Polícia Militar e o DHPP estão responsáveis pela condução do inquérito, que terá como base as imagens de segurança externa, testemunhos e outros elementos colhidos pela perícia. A investigação será crucial para determinar se houve abuso de força ou irregularidades na ação policial.
O caso reacende o debate sobre abordagens policiais e o uso de câmeras corporais, ferramentas que, quando desativadas, tornam mais difíceis a transparência e o controle em situações delicadas como essa.
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