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    Violência policial em São Paulo é atribuída a Derrite, braço direito de Tarcísio

    Gestão de segurança pública é questionada por policiais e especialistas em meio à crise crescente na corporação

    Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, governador e Secretário de Segurança Pública de São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook)

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    247 – A escalada da violência policial em São Paulo tem gerado críticas e apontado para a gestão de Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública e aliado próximo do governador Tarcísio de Freitas. Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, policiais militares ouvidos atribuem ao secretário a criação de um ambiente de impunidade que incentiva práticas abusivas na corporação. Das oito fontes consultadas, seis destacaram que declarações e ações de Derrite funcionam como estímulos a condutas violentas, principalmente no uso de força letal.

    Derrite, ex-capitão da Rota, nunca escondeu suas práticas. Em entrevista a um podcast, afirmou: “A real? Porque eu matei muito ladrão”. A frase ecoa em uma corporação que, segundo os entrevistados, sente-se respaldada para agir com agressividade, acreditando que “não vai dar nada” em eventuais investigações de mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP).

    Falas que marcaram a gestão

    Uma das declarações de Derrite que mais gerou repercussão foi feita após uma operação letal da Rota, em 2023, quando afirmou: “Nenhum policial que sai de casa para defender a sociedade será injustiçado. Confrontos sempre serão apurados, mas ninguém será afastado”. Essa postura simboliza, para muitos dentro da PM, um novo padrão que minimiza investigações e reduz penalidades.

    Antes da atual gestão, era comum que policiais envolvidos em casos de morte fossem afastados por até três meses e transferidos de batalhões. Hoje, o retorno às ruas ocorre rapidamente, muitas vezes em menos de 24 horas. A única exceção notável foi o caso de policiais da escolta do delator do PCC morto no aeroporto de Guarulhos.

    A fragilização das apurações

    Outro ponto crítico apontado pelos policiais é a redução do papel da Corregedoria, que antes acompanhava de perto os confrontos com mortes, mas agora tem atuação esporádica. Essa mudança, segundo os entrevistados, compromete a detecção de irregularidades e fortalece a sensação de que ações violentas não enfrentam consequências.

    “A tropa está em uma bolha, consumindo conteúdo de canais da extrema direita, onde tudo é justificado. Essa alienação dificulta até mesmo a percepção da crise que estamos vivendo”, declarou um coronel da ativa. Ele destacou que a falta de informação isenta contribui para o aumento de insubordinação, corrupção e violência.

    Divisões dentro da corporação

    Embora a maioria dos policiais ouvidos correlacione o momento atual à gestão de Derrite e Tarcísio, dois coronéis da ativa minimizaram o impacto das declarações do secretário. Para eles, o aumento de registros de violência reflete maior visibilidade, devido à popularização de câmeras e vídeos feitos por cidadãos, e não um crescimento real das ocorrências.

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