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    Zarattini manda recado a Campos Neto: 'é uma heresia sem tamanho associar emprego e renda à inflação'

    O deputado afirmou que o presidente do Banco Central atua para "apenas para garantir os lucros bilionários dos especuladores e do mercado financeiro"

    Carlos Zarattini (Foto: Gustavo Bezerra / Agência Câmara)

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    247 - O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) publicou nesta segunda-feira (10) uma mensagem crítica ao posicionamento emitido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de não dar mais velocidade à queda da Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 10,50%.

    "A declaração absurda do diretor do Banco Central, Campos Neto, deixa claro que ele atua apenas para garantir os lucros bilionários dos especuladores e do mercado financeiro. É uma heresia sem tamanho tentar associar o crescimento do mercado de trabalho e da renda do brasileiro como ameaças inflacionárias", afirmou o parlamentar.

    De acordo com o deputado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT0 "sinaliza com ações na área econômica de manutenção do controle dos gastos e a inflação está dentro da meta". "Ele (Campos Neto) atua, claramente, contra os interesses do povo brasileiro ao impedir o desenvolvimento mais acelerado da economia diante das taxas de juros estratosféricas".

    Em maio, integrantes do Comitê de Política Monetária, ligado ao Banco Central, diminuíram a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,75% ao ano para 10,50% ao ano. Foi o sétimo corte seguido na taxa básica de juros. O recuo teve início em agosto de 2023.

    No começo das reduções, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê vinha reduzindo a Selic no mesmo ritmo: 0,5 ponto percentual a cada encontro. Com a decisão do mês passado, o corte na Selic foi de apenas 0,25 p.p.

    O presidente do BC tem justificado uma lenta redução do juros ao argumentar que é preciso controlar a inflação. Quando a Selic aumenta, o crédito fica mais caro, as pessoas têm menos dinheiro para gastar, e os preços ficam estagnados ou caem. Mas, no contexto atual, a inflação já está baixando.

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023, indicador que mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população, fechou com alta acumulada de 4,62%, valor que está dentro da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O sistema prevê ainda um intervalo de tolerância, também definido pelo CMN. Nos últimos anos, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo. Em 2022, a inflação foi de 5,79%.

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