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    “A cidade tem medo”, diz Maria do Rosário sobre situação atual de Porto Alegre

    A pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre criticou a gestão do atual prefeito, Sebastião Melo

    Pedro Ruas (PSOL), Maria do Rosário (PT) e Tamyres Filgueira (PSOL) (Foto: Lucas Pitta Klein)

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    247 - A deputada federal e pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário (PT), criticou nesta sexta-feira (28) a gestão do atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), durante as enchentes que atingiram a cidade em maio, deixando ao menos 179 mortos no Rio Grande do Sul. Ela afirmou que a cidade não estava protegida pela falta de manutenção do sistema de proteção de cheias.

    “A cidade estava desprotegida, diante da enchente, diante das chuvas. A água tomou a cidade a partir dos bueiros porque eles estavam assoreados. Porque as casas de bomba não estavam funcionando. Das 23 casas de bomba, talvez 4 estivessem funcionando, e todas acabaram colapsadas. É muito triste ver a cidade com a água voltando por onde a água deveria escoar”, disse Do Rosário em sabatina da Folha de S. Paulo.

    Rosário reforçou seu argumento afirmando que, apesar das chuvas intensas serem desastres naturais, o alagamento de uma cidade como Porto Alegre foi causado pela negligência dos gestores. “A enchente não é natural. A enchente é quando a gente não tem a proteção devida. Muitas cidades tiveram enchentes, mas nenhuma tinha o sistema de proteção que Porto Alegre tem instalado”.

    A pré-candidata relata que os moradores da cidade ficam com medo dos episódios de chuva desde as enchentes, e que é preciso trazer segurança para Porto Alegre. “Uma cidade segura é aquela em que a população não tenha medo de que, se chover amanhã, ela olha pra fora e diz assim: ‘será que minha casa vai alagar?’ Será que meu armazém vai alagar?’ A cafeteria que eu investi vai alagar? A cidade tem medo hoje”, lamentou.

    Sobre a reconstrução de Porto Alegre, Marisa do Rosário disse que é preciso a elaboração de um programa concreto de recuperação das moradias e dos sistemas pluvial e de saneamento. “Nós temos mais de 20 mil casas que foram totalmente perdidas. Nós temos uma população sofrendo. Então não posso me dar ao luxo de ficar debatendo com a extrema-direita a política do ódio. É preciso oferecer um programa concreto, de recuperação das moradias, de recuperação do sistema de saneamento e do sistema pluvial”.

    Como proposta para a recuperação do sistema pluvial, a deputada defendeu a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), que foi extinto durante a gestão de Nelson Marchezan Jr. (PSDB). A medida acabou negligenciando a manutenção do sistema de proteção contra cheias da cidade, já que o departamento era o responsável por isso. Rosário também descartou qualquer possibilidade de privatização do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), promessa de campanha de Sebastião Melo em 2020.

    A respeito da prevenção de novas enchentes, a pré-candidata listou uma série de ações, incluindo a manutenção contínua das comportas e casas de bombas, além de uma maior cooperação com os municípios vizinhos. “Nós vamos precisar criar consórcios, criar comitês de bacias (hidrográficas). Eu fico muito impressionada com a inexistência de um forte comitê que integre todas as cidades que estão em torno do Guaíba”, disse.

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