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      Com defesa de anistia aos golpistas, Ratinho Jr. inicia périplo rumo à eleição presidencial

      Governador do Paraná se reunirá com Jair Bolsonaro nesta semana e já discute chapas para 2026

      Ratinho Jr. (Foto: Jonathan Campos/AEN)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em meio à reorganização da direita e extrema direita para as eleições presidenciais de 2026, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), tem intensificado suas movimentações políticas e pavimentado uma possível candidatura ao Palácio do Planalto. A informação é do jornal O Globo, que revela os bastidores da aproximação entre o governador e Jair Bolsonaro (PL), além da aposta na segurança pública como vitrine de gestão.

      Embora não tenha comparecido ao ato promovido por Bolsonaro no Rio de Janeiro, em 16 de março, Ratinho Jr. fez questão de justificar sua ausência diretamente ao ex-presidente. Desde então, assumiu protagonismo na articulação da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, promovendo reuniões em Brasília e defendendo publicamente a medida, o que lhe garantiu prestígio junto ao núcleo bolsonarista.

      Na próxima sexta-feira (4), Ratinho Jr. receberá Bolsonaro para um almoço político. A data coincide com o lançamento da pré-candidatura presidencial de Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, em evento na Bahia. A simultaneidade dos movimentos sinaliza a disputa interna pela preferência do eleitorado conservador e, especialmente, pelo endosso de Bolsonaro.

      Dois caminhos possíveis para 2026 - Com a inelegibilidade do ex-presidente mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral, aliados de Ratinho Júnior desenham dois cenários. No primeiro, ele lideraria uma chapa presidencial tendo como vice uma figura da família Bolsonaro — os nomes da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) estão em discussão.

      Na segunda hipótese, o cabeça de chapa seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o paranaense ocupando a vice. Essa articulação contaria com o apoio de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e atual secretário de Governo de Tarcísio, que poderia, inclusive, sucedê-lo no estado.

      O deputado Filipe Barros (PL-PR), um dos mais alinhados a Bolsonaro, tem desempenhado papel crucial como ponte entre Ratinho Jr. e o ex-presidente. Barros também ambiciona disputar uma das vagas ao Senado Federal e participará do encontro entre os dois líderes.

      Alinhamento com Bolsonaro e aposta na segurança - Em declarações recentes, Ratinho Júnior adotou um tom crítico ao julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Acho que, por se tratar de um ex-presidente, o julgamento não poderia ser feito por uma Turma, mas pelo plenário", afirmou durante evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Pernambuco. Na ocasião, também confessou que disputar a Presidência da República seria “um grande sonho”.

      A pauta da segurança pública tem sido central na estratégia do governador. O Paraná apresentou queda nos índices de criminalidade, e o governo estadual ampliou os investimentos na área. Em 2024, foram destinados R$ 416 milhões ao setor, o equivalente a R$ 36 por habitante — valor superior ao de estados como São Paulo (R$ 22), Goiás (R$ 20) e Rio de Janeiro (R$ 20), segundo dados comparativos.

      Consolidação no Paraná e adversários no horizonte - Ratinho Júnior também iniciou movimentos para consolidar sua base política no Paraná. Nos últimos meses, nomeou três ex-prefeitos — Rafael Greca (Curitiba), Ulisses Maia (Maringá) e Leonardo Paranhos (Cascavel) — para cargos estratégicos no primeiro escalão. Os três são vistos como possíveis candidatos à sua sucessão em 2026.

      O maior obstáculo para o governador, contudo, atende pelo nome de Sergio Moro (União Brasil). O ex-juiz parcial e senador lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo do Paraná com 30%, segundo levantamento da Quaest divulgado em fevereiro. Rafael Greca aparece em segundo lugar, com 18%. Ainda assim, a pesquisa revela que 81% da população aprova a gestão de Ratinho Jr., e 67% defendem que ele indique um sucessor.

      Com o cenário de 2026 ainda indefinido, Ratinho Júnior aposta em uma combinação de gestão bem avaliada, proximidade com Bolsonaro e discurso duro na segurança pública para tentar se viabilizar como o nome da direita no próximo pleito presidencial.

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