Ondas de saques e assaltos são registradas em meio às enchentes no Rio Grande do Sul
Também foram registrados casos de barqueiros cobrando pelo resgate de pessoas ilhadas. Moradores armados patrulham áreas alagadas para conter o avanço dos criminosos
247 - O cenário desolador das enchentes no Rio Grande do Sul ganhou ares ainda mais sinistros devido a uma onda de assaltos e saques em meio aos bairros alagados de cidades como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Sapucaia do Sul. Segundo a coluna True Crime, do jornal O Globo, no domingo (5), “dois homens foram presos ao investir contra um barco de resgate que navegava no bairro de Mathias Velho, em Canoas, lotado de desabrigados. Só que dentro dele havia dois policiais, que deram voz de prisão aos criminosos”.
Em Mathias Velho, dois homens quase foram linchados por populares ao serem pegos tentando furtar uma casa à noite. “Os bandidos também aproveitam o momento em que as pessoas saem de suas casas com pertences de valor, como dinheiro”, disse o vistoriador Charles da Silva Pacheco, que mora em Canoas. “Ficamos ilhados desde às 3h da madrugada. Minha esposa e meu bebê de seis meses foram resgatados às 13h. Vieram me buscar às 19h. Consegui levar dois cachorros. Tive de deixar dois gatos para trás. Preciso voltar para alimentar meus bichos e evitar que minha casa seja furtada”, disse.
Ainda segundo a reportagem, há relatos de assaltantes utilizando motos aquáticas para cometer crimes, enquanto voluntários que se dedicam aos resgates passaram a patrulhar armados, em uma tentativa de dissuadir possíveis ataques. A escuridão, resultado da interrupção no fornecimento de energia elétrica, também favorece os criminosos.
Elizabeth Camargo Schneider, servidora pública de São Leopoldo, viu sua casa inundada e, ao retornar, descobriu que ladrões haviam roubado seus pertences, incluindo a TV e até o refrigerador. Além dos saques e roubos, “a população gaúcha ainda enfrenta o oportunismo de quem está cobrando para fazer resgates. A polícia recebeu a denúncia de que barqueiros estão cobrando 500 reais para resgatar vítimas de alagamentos. Se a pessoa tiver animais domésticos, o preço sobe para 600”, destaca a reportagem.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, disse que o policiamento nas áreas afetadas pelas chuvas foi reforçado com o cancelamento das férias de dezenas de policiais e que o foco principal continua sendo a salvaguarda de vidas em meio a esse "cenário de guerra".
Segundo o boletim da Defesa Civil divulgado nesta segunda-feira (6), 83 pessoas já morreram em decorrência das chuvas e outras 111 pessoas seguem desaparecidas. Outros 4 óbitos estão sob investigação. Ainda segundo o órgão, cerca de 345 municípios, mais de dois terços das cidades gaúchas, foram afetados pelos eventos climáticos e 121 mil pessoas estão desalojadas.
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