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    Policiais realizam patrulhas noturnas para evitar criminalidade durante enchente em Porto Alegre

    Até o momento, 47 pessoas foram presas por tentativas de roubo e saques, além de seis que foram presas por abuso sexual em abrigos no Estado

    Policial segura arma durante patrulha noturna de barco em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul 12/05/2024 REUTERS/Adriano Machado

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    Reuters - Com os inúmeros registros de saques e assaltos de casas esvaziadas pelas enchentes na zona metropolitana de Porto Alegre, policiais do Rio Grande do Sul passaram a fazer rondas noturnas de barco para tentar combater os casos de violência que emergiram com a falta de luz em boa parte das áreas alagadas.

    A Reuters acompanhou uma dessas rondas noturnas feitas por policiais no centro da cidade, no domingo. Em três barcos e quatro jet skis, 15 policiais do grupamento de choque da Brigada Militar da cidade de Uruguaiana, convocados a Porto Alegre, fazem rondas diárias.

    De acordo com o capitão Ricardo Gruner, comandante do grupo, desde que as rondas iniciaram os casos de roubos e saques na região diminuíram. Ainda alagadas e no escuro, essas áreas ainda são acessíveis apenas por barco.

    "Com a presença das patrulhas embarcadas diminuíram os furtos e roubos que estavam acontecendo nessas áreas de difícil acesso", disse o capitão. "Aqui somente com embarcações e motos aquáticas para dar essa resposta."

    Algumas regiões da capital têm organizado suas próprias estratégias de segurança para auxiliar os policiais e impedir os roubos em suas residências.

    Ao lado da Arena do Grêmio, no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre, moradores da região se revezam para vigiar as casas inundadas, por temor dos roubos durante à noite.

    Os vizinhos Fernando Ayres da Silva, de 40 anos, Luciano Xavier dos Santos, 41, e Vanderlei Porciúncula da Rosa, 69, montaram uma barraca na principal estrada de acesso a Porto Alegre, em frente a suas casas alagadas, para fazer a vigília, enquanto mulheres e filhos foram para abrigos.

    "A gente ficou aqui para cuidar, porque estavam roubando aí para dentro", explicou Silva. "A polícia está direto aí. Depois das 18h só eles podem entrar na água. Qualquer coisa diferente aí a gente avisa."

    A prefeitura de Porto Alegre contratou segurança privada para fazer a vigilância em alguns abrigos, mas nesta semana devem chegar mais 300 homens da Força Nacional de Segurança Pública para trabalhar nesses locais. Outros 117 já estavam no Estado, assim como homens da Polícia Federal que trabalham no policiamento ostensivo, que chegaram ao Estado para tentar controlar a violência.

    Em Canoas, onde dois terços da cidade está alagada, os voluntários passaram a sair depois do pôr-do-sol apenas acompanhados de policiais, e parte da população não queria deixar as casas alagadas com medo dos saques. Em Eldorado do Sul, empresas tiveram seus equipamentos roubados nos primeiros dias de enchentes.

    Em Guaíba, o prefeito Marcelo Maranata teve que chamar a Polícia Civil do Estado para controlar um dos abrigos da cidade onde se refugiaram presos do regime semiaberto liberados do presídio de Charqueadas, que foi parcialmente inundado. Os libertos estavam dividindo o abrigo em facções e tentando impor controle no acesso aos banheiros e alimentação, contou o prefeito em conversa por telefone com jornalistas.

    Até o momento, 47 pessoas foram presas por tentativas de roubo e saques, além de seis que foram presas por abuso sexual em abrigos no Estado.

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