PT mantém confiança na cassação de Moro, apesar de voto do relator no TRE-PR
Relator se posicionou contra a cassação do senador
247 - O desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, atuando no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), emitiu nesta segunda-feira (1º) seu voto contrário à cassação do senador Sergio Moro (União-PR), conhecido por sua atuação como juiz suspeito da Operação Lava Jato. A decisão, que veio à tona após a suspensão da sessão - a ser retomada na próxima quarta-feira (3) com os votos restantes de seis juízes - não intimidou o Partido dos Trabalhadores (PT), que se mantém confiante na perspectiva de que Moro e toda a sua chapa perderão seus mandatos. A informação é de Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
A postura do PT se baseia na convicção de que, independentemente do desfecho no TRE-PR, mesmo que Moro ou seus suplentes sejam absolvidos, um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode virar o jogo. Esta confiança é ancorada em uma análise do cenário no TSE, onde mudanças futuras na composição do tribunal são vistas como potencialmente favoráveis ao ex-ministro de Bolsonaro.
Sergio Moro enfrenta acusações severas de abuso de poder econômico, centradas em gastos irregulares durante o período de pré-campanha em 2022. As ações, movidas pelo PT e pelo PL, destacam que antes de Moro deixar o Podemos para se candidatar ao Senado pelo União, foram realizados investimentos substanciais - aproximadamente R$ 2 milhões do Fundo Partidário - em atos de pré-candidatura à Presidência e na produção de materiais promocionais. Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), esses gastos colocaram os concorrentes em desvantagem, apontando para uma vantagem injusta na competição eleitoral.
Apesar do voto do desembargador Falavinha, que não viu ilegalidade nos valores gastos, o PT segue otimista, ancorado na expectativa de que o cenário no TSE mude a favor de uma eventual cassação. A defesa de Moro, por sua vez, já se prepara para a batalha no TSE, antecipando que o julgamento de um recurso possa ser adiado para após junho, momento em que esperam um ambiente mais receptivo devido às mudanças na composição do tribunal. A saída de Alexandre de Moraes e a entrada de Cármen Lúcia na presidência do TSE, junto com André Mendonça, é vista pelos aliados de Moro como uma luz no fim do túnel.
Com o cenário ainda indefinido e os votos dos demais juízes do TRE-PR por serem declarados, a disputa jurídica promete ser intensa. Se Moro for cassado, ele não deixará imediatamente o cargo, dada a possibilidade de recurso ao TSE. Uma eventual confirmação da cassação pelo TSE acarretaria em novas eleições no Paraná para preencher a vaga, intensificando ainda mais o embate político e jurídico em curso.
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