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    Um dos responsáveis pela tragédia, prefeito de Porto Alegre é evasivo sobre falta de manutenção do sistema contra enchentes

    Sebastião Melo diz que a falta de ação vem de várias décadas e não assume sua responsabilidade

    Sebastião Melo (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

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    247 – Em meio à recente tragédia causada pelas enchentes que devastaram Porto Alegre, a prefeitura tem enfrentado duras críticas sobre a suposta negligência na manutenção do sistema antienchente da cidade. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o prefeito Sebastião Melo respondeu às acusações de forma evasiva, apontando para uma longa história de inações e problemas estruturais que remontam a décadas passadas.

    "Primeiro, eu acho que só tem críticas na democracia, e muitos desses que estão criticando agora talvez não tenham falado nada durante 30 anos, 20 anos sobre esse tema. O sistema de contenção de cheias de Porto Alegre veio na década de 1960, e foi concebido pela enchente de 1941, profundamente superada pela de agora", disse Melo.

    Ele mencionou que três diques principais, o do Gravataí, o da zona norte próximo à Arena do Grêmio, e o do Gasômetro, apresentaram falhas significativas. "São diques produzidos lá em 1967. Então tem as casas de bomba, que são aquelas que puxam a água da enchente [...] e tem a elétrica em cima, então como [o nível do lago] foi a 5,37 m...", continuou ele, destacando que as infraestruturas atuais não são suficientes para lidar com enchentes de tal magnitude.

    Melo também destacou que a responsabilidade pela manutenção do sistema antienchente não é exclusiva de sua administração. "Só da redemocratização pra cá nós tivemos dez prefeitos, fora aqueles de 1970 até 1985, então vamos colocar uns 13 prefeitos. Uns fizeram mais manutenção, outros menos, então hoje eu vejo pessoas da oposição, que governaram a cidade por 16 anos, que não fizeram nenhuma manutenção, criticando o governo", defendeu-se.

    Apesar das críticas, o prefeito afirmou que está focado em soluções de longo prazo, incluindo um plano abrangente de R$ 5 bilhões para resolver o problema de Porto Alegre. "Tem que ter um grande plano. Não digo isso por causa da crise agora, é um tema em que eu trabalho há muito tempo, temos que começar com a discussão de R$ 5 bilhões para resolver o problema de Porto Alegre", afirmou Melo, enfatizando a necessidade de uma governança metropolitana devido à contribuição dos rios vizinhos para as enchentes na cidade.

    "Eu acho que é um debate necessário, mas nesse momento eu tenho que salvar vidas, tenho que reconstruir a cidade. Dentro da reconstrução, tenho que é fazer diferente daquilo que foi feito. Estou muito aberto a esse debate, sem a politização que ele vai ganhar nesse processo, mas eu sou um sujeito de diálogo e quero resolver o problema e não vou nesse momento politizar esse debate", concluiu o prefeito.

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