Presidente da CNI defenderá Acordo Mercosul-UE em encontro com Macron
Reunião com o presidente francês ocorrerá nesta quarta-feira, em São Paulo. Para a CNI, é oportunidade de reforçar urgência do acordo e benefícios para a relação bilateral
CNI - A expectativa de avançar nas discussões para concluir o Acordo Mercosul-União Europeia ganha fôlego nesta semana, com a visita ao Brasil do presidente da França, Emmanuel Macron. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, o encontro com o líder francês é uma oportunidade singular para reforçar a importância do acordo para as economias dos blocos e os benefícios para a relação bilateral entre Brasil e França. A participação brasileira no mercado francês ainda é baixa - apenas 0,5%, e é preciso buscar equilíbrio no comércio bilateral.
A defesa do acordo será feita pelo presidente da CNI em reunião reservada com Macron, o ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e os presidentes da FIRJAN e da FIESP.
“A implementação do acordo Mercosul-UE é essencial para a diversificação das exportações e a ampliação da rede de parceiros comerciais nos países que integram os dois blocos. Ajudará, ainda, a agregar valor às cadeias de produção e a incentivar o crescimento da economia e a criação de empregos nas duas regiões”, explica Alban.
Mais empregos e transição energética - Segundo a CNI, a parceria oferece evidentes benefícios à economia brasileira: diversificação das exportações, estímulo à competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, cooperação para a transição energética e fomento à criação de empregos. Só as vendas brasileiras para a UE contribuíram com a criação de 21,4 mil vagas por bilhão de reais exportados em 2022 – valor significativamente maior do que a contribuição dos embarques do Brasil com destino à China (15,7 mil empregos).
Somando um mercado consumidor de quase 720 milhões de pessoas e cerca de 20% da economia global, o acordo formará uma das maiores áreas de livre comércio do planeta. Contribuirá para a retomada da relevância da indústria na pauta comercial brasileira com a União Europeia, que foi o segundo parceiro comercial brasileiro em 2022, com uma corrente bilateral de mais de US$ 95 bilhões.
Participação brasileira no mercado francês ainda é baixa - A França é o 15° parceiro comercial do Brasil, com 1,45% de participação no mercado, e o 5° investidor direto no Brasil. Em 2023, as exportações brasileiras para o país somaram USD 2.932 bilhões, e as exportações US$ 5.504. Nos últimos cinco anos, as exportações cresceram 11%, e as importações, 12%.
A participação brasileira no mercado francês ainda é baixa – apenas 0,5%. Embora a pauta exportadora seja relativamente diversificada, há necessidade de buscar equilíbrio no comércio bilateral. Esse objetivo deve ser alcançado ampliando vendas de produtos de médio e alto valor agregado.
Acordo Mercosul-União Europeia - As estimativas da CNI são de que cerca de 40% de todos os produtos ofertados pela União Europeia no acordo – e que estão sujeitos a algum tipo de tarifa em suas aduanas – deixarão imediatamente de ter a cobrança do imposto de importação ao entrar no bloco europeu. Se os compromissos já valessem em 2022, por exemplo, isso equivaleria a quase R$ 13 bilhões em exportações brasileiras à UE. Desse valor, 99% correspondem a produtos da indústria de transformação;
Em consulta divulgada pela CNI no fim de 2023, 78% das entidades setoriais e 76% das empresas avaliaram que a conclusão do acordo deve ser a prioridade da agenda externa do bloco comercial. Ao todo, 104 entidades setoriais e 222 empresas brasileiras foram ouvidas sobre as principais ações necessárias ao bloco durante a gestão brasileira;
O Conselho Industrial do Mercosul apresentou aos governos do Mercosul uma declaração conjunta com as medidas prioritárias do setor, durante o XI Fórum Empresarial do Mercosul, realizado em 2023. Em nome das entidades que representam a indústria nos países membros do bloco comercial, o documento reafirmou a importância de concluir o Acordo Mercosul-União Europeia, entre outras pautas;
Relações bilaterais Brasil-França - A França é o 15° parceiro comercial do Brasil, com 1,45% de participação no mercado, e o 5° investidor direto no Brasil. Em 2023, as exportações brasileiras para o país somaram USD 2.932 bilhões, e as exportações USD 5.504. Nos últimos cinco anos, as exportações cresceram 11%, e as importações, 12%.
A Indústria de Transformação é responsável por 72% da pauta exportadora para a França, seguida de 20% da Indústria Extrativa. Dentre os principais produtos exportados, estão: alimentos industrializados e combustíveis minerais.
O Brasil importa, em sua maioria, produtos da Indústria de Transformação, a exemplo dos motores e máquinas, partes de acessório de veículos e medicamentos e produtos farmacêuticos.
A França é o 9° maior fornecedor para o Brasil, que por sua vez, é o 36° fornecedor para a França.
A participação brasileira no mercado francês ainda é baixa, sendo 0,5% de participação. Embora a pauta exportadora seja relativamente diversificada, há necessidade de buscar equilíbrio no comércio bilateral. Esse objetivo deve ser alcançado ampliando vendas de produtos de médio e alto valor agregado.
A França aumentou em US$ 6,1 bilhões o estoque de IED no Brasil em 2022, o que representa 16% de incremento em relação a 2021.
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