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    Cientistas desenvolvem molécula que simula efeitos do exercício e jejum no corpo humano

    Os pesquisadores estão realizando ensaios clínicos para avaliar a eficácia e segurança do composto em humanos

    Atividade física (Foto: Li Zhongfei)

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    247 - Cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, criaram uma molécula inovadora que simula os efeitos metabólicos benéficos do exercício físico intenso e do jejum no corpo humano, informa O Globo. A descoberta, publicada na renomada Journal of Agricultural and Food Chemistry, pode representar um avanço significativo para aqueles que não conseguem aderir a planos rigorosos de dieta e exercícios. Atualmente, os pesquisadores estão realizando ensaios clínicos para avaliar a eficácia e segurança do composto em humanos.

    O professor Thomas Poulsen, do departamento de Química da universidade e um dos autores do estudo, explicou que o objetivo era desenvolver um composto capaz de "imitar a resposta metabólica natural do corpo ao exercício intenso e ao jejum". Segundo Poulsen, a nova molécula coloca o organismo em um estado equivalente ao de uma pessoa que corre 10 quilômetros em alta velocidade com o estômago vazio. “Na prática, conseguimos reproduzir os efeitos metabólicos positivos que normalmente ocorrem apenas com atividades físicas intensas e restrição alimentar”, afirmou.

    Os cientistas ressaltaram que muitos dos benefícios associados ao exercício e ao jejum resultam do aumento da circulação de lactatos e cetonas no sangue, que são utilizados como combustível eficiente para as células. O lactato é produzido a partir da quebra da glicose, enquanto as cetonas são geradas após a quebra de gordura. Esses processos, no entanto, são complexos e difíceis de replicar por meio de dietas ou suplementos disponíveis no mercado.

    Poulsen explicou que tentativas anteriores de consumir essas substâncias nas proporções necessárias falharam devido à presença de subprodutos indesejáveis, como ácidos e sais. “Quando os níveis de lactato e cetonas aumentam no sangue, ocorre a elevação de um hormônio que suprime o apetite e a redução dos ácidos graxos livres, trazendo benefícios como a diminuição do risco de síndrome metabólica”, continuou ele.

    Para superar essas limitações, a equipe de pesquisadores trabalhou por três anos no desenvolvimento de uma molécula única que funde lactatos e cetonas, eliminando os subprodutos nocivos. A molécula, batizada de LaKe, foi testada com sucesso em camundongos, resultando em um aumento bem tolerado dos níveis desses compostos no organismo. Como efeito, os cientistas observaram a diminuição dos ácidos graxos livres e o aumento do hormônio peptídico supressor de apetite, proporcionando uma sensação de saciedade.

    “No geral, esses resultados sugerem que LaKe é uma molécula candidata excelente para alcançar a elevação controlada e sistemática dos níveis plasmáticos de lactato e corpos cetônicos, podendo desencadear as respostas biológicas associadas a esses metabólitos”, escreveram os pesquisadores no estudo.

    Poulsen comentou que, apesar dos resultados promissores, a equipe já esperava esses efeitos, uma vez que combinaram substâncias cujos benefícios eram previamente conhecidos. “A inovação é que agora criamos uma molécula que nos permite controlar artificialmente as quantidades de lactato e cetonas com segurança", explicou o pesquisador.

    Os cientistas acreditam que, se os ensaios clínicos em humanos confirmarem a segurança e eficácia do LaKe, a molécula poderá ser utilizada como um suplemento nutricional avançado, oferecendo uma alternativa para aqueles que têm dificuldade em seguir regimes intensivos de exercícios ou dietas restritivas. “Pode ser difícil manter a motivação para correr muitos quilômetros e ficar sem comer. Para pessoas com problemas físicos, como um coração fraco ou fraqueza geral, um suplemento nutricional pode ser a chave para uma melhor recuperação”, concluiu Poulsen.

    Os próximos passos envolvem o acompanhamento rigoroso dos ensaios clínicos em humanos para garantir que os benefícios observados nos camundongos possam ser replicados de forma segura em seres humanos.

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