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      OMS reduzirá orçamento em 20% após saída dos EUA e alerta para crise financeira

      Organização Mundial da Saúde enfrenta perda de US$ 600 milhões e revisa previsão orçamentária para os próximos anos

      Sede da OMS, em Genebra 28/01/2025 (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
      Laís Gouveia avatar
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      247- A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um corte de 20% em seu orçamento devido à decisão dos Estados Unidos de se retirar da entidade e suspender o financiamento, que era a maior fonte de recursos da instituição. A informação foi divulgada pela Agence France-Presse (AFP) neste sábado (29), após acesso a um e-mail enviado pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aos funcionários da agência de saúde da ONU.

      A saída dos EUA representa uma perda de aproximadamente US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,4 bilhões), impactando diretamente os programas de assistência sanitária global. Tedros ressaltou que a OMS "não tem outra opção" a não ser iniciar cortes, afetando missões, pessoal e projetos em andamento.

      Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos EUA em janeiro, ele determinou a retirada do país da OMS e congelou investimentos externos, incluindo financiamentos para programas de saúde global. O líder americano justificou a decisão citando um suposto desequilíbrio nas contribuições de Washington e Pequim, além de acusar a organização de estar "fraudando" os Estados Unidos.

      A contribuição americana era a maior entre os países-membros. No ciclo orçamentário de 2022-2023, Washington destinou cerca de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,49 bilhões) à entidade, o que correspondia a 16,3% do orçamento total da OMS, que era de US$ 7,89 bilhões (R$ 45,4 bilhões).

      "O anúncio dos Estados Unidos, combinado com reduções recentes da ajuda pública ao desenvolvimento de alguns países para financiar o aumento do gasto em defesa, fez com que nossa situação seja muito mais crítica", alertou Tedros no comunicado aos servidores da entidade.

      Diante desse cenário, a OMS revisou suas previsões financeiras. O conselho executivo da organização já havia reduzido a previsão orçamentária para 2026-2027, que passou de US$ 5,3 bilhões (R$ 30,5 bilhões) para US$ 4,9 bilhões (R$ 28,25 bilhões). No entanto, com o agravamento da situação, a entidade agora propõe um novo corte, reduzindo o orçamento para US$ 4,2 bilhões (R$ 24,21 bilhões), uma queda de 21% em relação à previsão inicial.

      Grande parte do financiamento americano vinha de contribuições voluntárias para projetos específicos, tornando o impacto da retirada ainda mais significativo. Segundo Tedros, "essas medidas serão aplicadas primeiramente na sede, começando pelos altos dirigentes, mas afetarão todos os níveis e todas as regiões".

      O corte de verbas pode comprometer diversas iniciativas de combate a doenças, como campanhas de imunização, programas de prevenção de epidemias e resposta a emergências sanitárias. A OMS agora busca alternativas para compensar a perda de financiamento e evitar um colapso em seus programas essenciais.

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