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      Oito países podem ficar sem tratamentos para HIV devido a cortes da USAID, diz OMS

      Planos dos Estados Unidos de sair da OMS também forçaram a agência da ONU a congelar as contratações e iniciar cortes no orçamento

      Sede da OMS, em Genebra 28/01/2025 (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
      Bianca Penteado avatar
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      (Reuters) - A decisão do governo Trump de suspender a ajuda externa dos EUA interrompeu "substancialmente" o fornecimento de tratamentos para o HIV em oito países, que em breve poderão ficar sem esses medicamentos que salvam vidas, informou a Organização Mundial da Saúde nesta segunda-feira.

      A agência global de saúde disse que Haiti, Quênia, Lesoto, Sudão do Sul, Burkina Faso, Mali, Nigéria e Ucrânia podem esgotar seu suprimento de tratamentos para o HIV nos próximos meses.

      "As interrupções nos programas de HIV podem anular 20 anos de progresso", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa. Ele acrescentou que isso poderia levar a mais de 10 milhões de casos de HIV e três milhões de mortes relacionadas ao HIV.

      Os esforços para combater o HIV, a poliomielite, a malária e a tuberculose foram afetados pela pausa na ajuda externa dos EUA implementada pelo presidente Donald Trump logo após sua posse em janeiro.

      A Rede Global de Laboratórios de Sarampo e Rubéola, coordenada pela OMS, com mais de 700 locais em todo o mundo, também enfrenta uma paralisação iminente, disse a agência. Isso ocorre em um momento em que o sarampo está voltando a aparecer nos Estados Unidos.

      Os Estados Unidos têm a "responsabilidade de garantir que, se retirarem o financiamento direto para os países, isso seja feito de forma ordenada e humana, permitindo que eles encontrem fontes alternativas de financiamento", disse Tedros nesta segunda-feira.

      A escassez de financiamento também pode forçar o fechamento de 80% dos serviços essenciais de saúde apoiados pela OMS no Afeganistão, disse a agência em um comunicado separado.

      Em 4 de março, 167 instalações de saúde haviam sido fechadas devido à escassez de financiamento e, sem uma intervenção urgente, mais 220 instalações poderiam fechar até junho.

      Os planos dos Estados Unidos de sair da OMS também forçaram a agência da ONU, que normalmente recebe cerca de um quinto de seu financiamento anual geral dos EUA, a congelar as contratações e iniciar cortes no orçamento.

      A OMS disse nesta segunda-feira que planeja cortar sua meta de financiamento para operações de emergência de US$1,2 bilhão para US$872 milhões no período orçamentário de 2026-2027.

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