247 - Em entrevista ao Boa Noite 247, o promotor aposentado Roberto Tardelli falou sobre o agravamento da violência policial em São Paulo e os impactos de uma política de segurança pública que, segundo ele, implantou uma cultura de extermínio. Tardelli traçou um panorama preocupante das práticas policiais, responsabilizando tanto o Judiciário quanto o Ministério Público por décadas de omissão.“Esses casos não são isolados. Não existem grupos de extermínio, o que existe é uma cultura de extermínio, que está se sedimentando como uma bactéria, contaminando todas as polícias e até guardas municipais”, afirmou. Segundo Tardelli, essa cultura tem raízes profundas e foi reforçada nos últimos anos por discursos políticos que glorificam ações violentas. Ele citou episódios recentes, como o caso de um jovem jogado de uma ponte por policiais, comparando a brutalidade da cena a práticas nazistas retratadas no filme O Pianista.
Judiciário e Ministério Público: cúmplices da violência
Tardelli não poupou críticas às instituições judiciais. “O Judiciário e o Ministério Público se tornaram extensões das viaturas da polícia militar”, declarou, destacando que essas entidades aceitam sem questionamento depoimentos de policiais, ignoram denúncias de tortura e conferem uma espécie de licença para matar. Ele mencionou um levantamento da Defensoria Pública de São Paulo que concluiu que 98% das denúncias de tortura são simplesmente ignoradas.
“O que o policial diz ninguém desmente. Ele se torna monstruoso, um poder armado sem limite. Isso nos leva de volta à Idade Média”, argumentou, reforçando que a ausência de mecanismos de controle alimenta um ciclo vicioso de violência e impunidade.
Educação policial e falta de regulação
Outro ponto crítico levantado pelo promotor foi a formação policial. Tardelli questionou a autonomia das academias militares estaduais e a ausência de supervisão do Ministério da Educação sobre seus currículos. “Não sabemos o que ensinam nas escolas de formação de soldados, cabos e oficiais. Essa formação deveria ser transparente e controlada pela sociedade”, disse. Ele ainda lembrou o caso da Polícia Rodoviária Federal, que, durante o governo Bolsonaro, excluiu disciplinas sobre direitos humanos de sua grade de formação.
O desafio da esquerda e a politização da violência
Tardelli também apontou a dificuldade dos partidos progressistas em lidar com a questão da segurança pública. “A esquerda tem pavor de falar sobre segurança. Quando fala, acaba usando as pautas da direita. Isso precisa mudar”, afirmou. Para ele, a desmilitarização das polícias militares é um passo fundamental, mas que exige coragem política e enfrentamento. “Polícia militar é coisa de guerra, de quartel. Precisamos de uma polícia cidadã, investigativa e voltada à proteção da população”.
Apoio popular e politização da violência
Questionado sobre o impacto eleitoral dessas políticas de extermínio, Tardelli foi enfático ao dizer que a popularidade de governadores que adotam práticas repressivas, como Tarcísio de Freitas em São Paulo, é sustentada por uma combinação de medo e manipulação midiática. Ele criticou programas de televisão que exploram o sensacionalismo da violência e reforçam a ideia de que a repressão é necessária para garantir a segurança. “Esses programas justificam a violência e banalizam o crime. Criam um clima de medo que legitima a repressão policial”.
“Esperar o pior para reagir”
Ao final da entrevista, Tardelli se disse pessimista em relação ao futuro. Para ele, a sociedade brasileira só reagirá após uma grande tragédia. “Estamos implantando a cultura do extermínio e só sairemos disso depois de afundar ainda mais. Precisamos de um vulcão social para cairmos na realidade”, concluiu. &nbsp;Assista:&nbsp;
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Dafne Ashton

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Entrevistas

“Estamos implantando uma cultura de extermínio”: Roberto Tardelli critica segurança pública em São Paulo

247 - Treze policiais militares, incluindo dois sargentos e onze cabos e soldados, foram afastados das ruas após a divulgação de um vídeo em que um agente aparece jogando um homem de uma ponte durante uma abordagem em São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou a informação ao <a href="https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/12/03/policiais-sao-afastados-das-ruas-em-investigacao-sobre-agente-que-jogou-homem-dentro-de-um-rio-durante-abordagem-em-sp.ghtml">G1</a> e à TV Globo, que revelaram o caso nesta segunda-feira (3). Os envolvidos pertencem ao 24º Batalhão da Polícia Militar, com sede em Diadema, na Grande São Paulo, e foram realocados para cumprir expediente na Corregedoria até o fim das investigações.
O episódio ocorreu na madrugada de segunda-feira (2), após uma perseguição policial a dois homens em uma motocicleta que ignoraram uma ordem de parada. Um dos suspeitos foi detido e encaminhado à delegacia, enquanto o outro foi arremessado no rio por um dos policiais. A vítima sobreviveu, mas ainda não foi localizada pelas autoridades para prestar depoimento.
Segundo a SSP, todos os policiais envolvidos usavam câmeras corporais, e as imagens gravadas serão fundamentais para esclarecer os detalhes da ocorrência. O inquérito policial militar (IPM) já foi instaurado para apurar responsabilidades, e a Corregedoria busca localizar a vítima para ouvi-la oficialmente. Até o momento, não houve pedidos de prisão contra os agentes.

A Corregedoria da PM apura as circunstâncias do caso

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Sudeste

PM afasta 13 policiais após caso de homem jogado de ponte durante abordagem em SP

247 – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), autorizou a abertura de uma licitação para a concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A medida, publicada no Diário Oficial em 14 de novembro, integra o projeto Lote Alto Tietê, do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). O decreto prevê tanto a expansão das três linhas quanto a concessão delas à iniciativa privada por um período de 25 anos.
De acordo com o decreto, a concessão visa “a implantação dos empreendimentos compreendendo as atividades de construção, requalificação, ampliação, adequação e modernização da infraestrutura das linhas concedidas”.
Conforme informações divulgadas pela <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/tarcisio-autoriza-licitacao-para-concessao-de-3-linhas-da-cptm-ao-setor-privado/">CNN</a>, Tarcísio afirmou que a parceria com o setor privado permitirá a redução dos intervalos entre os trens, além de promover maior acessibilidade e conforto aos usuários do transporte.
A fiscalização dos serviços será realizada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP).

Tarcísio autoriza abertura de licitação para concessão de 3 linhas da CPTM para iniciativa privada

247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou as redes sociais para elogiar Jair Bolsonaro, seu padrinho político, desconsiderando o recente indiciamento do ex-mandatário pela Polícia Federal no âmbito dos inquéritos que investigam fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19 e o desvio de joias que pertenciam à Presidência da República.&nbsp;
“O presidente que concluiu obras inacabadas, garantiu a autonomia do Banco Central, revolucionou o sistema financeiro, instituiu o Pix, aprovou marcos transformadores como o do saneamento básico e fez tanto mais pelo Brasil. O presidente que retomou o orgulho do brasileiro em vestir verde e amarelo e que por tudo isso é hoje a liderança que é. O Brasil agradece, Jair Bolsonaro”, postou Tarcísio no X, antigo Twitter, com um vídeo de sua participação na Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora)
Tarcísio se encontrou com Bolsonaro no sábado (6), na abertura da Cpac em Balneário Camboriú (SC). O governador é apontado como o principal nome da direita para disputar o pleito presidencial de 2026, uma vez que Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 por desferir ataques e fake news com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral do Brasil.
Bolsonaro foi indiciado na semana passada pela Polícia Federal (PF) no caso das joias sauditas. A PF entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório de investigação que apurou o funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes de autoridades estrangeiras durante o governo Bolsonaro. Entre os indiciados estão o tenente-coronel Mauro Cid, o pai dele, general de Exército Mauro Lourenna Cid, Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, além de Fábio Wajngarten e Frederick Wassef, advogados do ex-mandatário.
A quinta edição da Cpac Brasil teve como como objetivo fortalecer a aliança entre o bolsonarismo e movimentos fascistas de outros países. O evento contou com a presença de Bolsonaro e do presidente argentino de extrema direita, Javier Milei, entre outras figuras de destaque da direita latino-americana e europeia. Representantes de partidos europeus, como o Chega! de Portugal e o Grupo de Conservadores e Reformistas do Parlamento Europeu também participaram do encontro.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">O presidente que concluiu obras inacabadas, garantiu a autonomia do Banco Central, revolucionou o sistema financeiro, instituiu o Pix, aprovou marcos transformadores como o do saneamento básico e fez tanto mais pelo Brasil. O presidente que retomou o orgulho do brasileiro em… <a href="https://t.co/6e2cBsRL53">pic.twitter.com/6e2cBsRL53</a>&mdash; Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) <a href="https://twitter.com/tarcisiogdf/status/1810057518581719311?ref_src=twsrc%5Etfw">July 7, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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Brasil

Tarcísio exalta Bolsonaro, indiciado como ladrão de joias, na cúpula fascista

247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu participar da Cpac, conferência conservadora que acontecerá no final de semana em Balneário Camboriú (SC). A informação foi publicada nesta quarta-feira (3) pela <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2024/07/tarcisio-participara-de-congresso-conservador-em-sc-que-tera-bolsonaro-e-milei.shtml?utm_source=twitter&amp;utm_medium=social&amp;utm_campaign=twfolha">coluna Painel</a>.&nbsp;
O presidente ultradireitista argentino, Javier Milei, e Jair Bolsonaro (PL) confirmaram presença no evento. Outra presença confirmada é a de Gustavo Funes, ministro da Justiça e Segurança de El Salvador.
Também devem comparecer ao evento alguns representantes do partido português Chega! e do Grupo de Conservadores e Reformistas do Parlamento Europeu.

Tarcísio decide ir ao fórum fascista em Camboriú para bajular Bolsonaro

247 - Internautas criticaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após a informação de que cinco policiais militares participaram de uma gravação para um documentário do youtuber norte-americano Gin Kimura. A Secretaria de Segurança Pública de SP investiga uma filmagem do youtuber em uma operação da Polícia Militar na Zona Norte de São Paulo.&nbsp; No vídeo, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações, o influenciador apareceu usando um colete da corporação. O americano chega a manusear uma arma dos policiais. Quem apareceu nas imagens foi o sargento Gabriel Luís de Oliveira, um dos 13 policiais acusados de participação na morte de nove pessoas em um baile funk, em Paraisópolis, em dezembro de 2019.&nbsp; O sargento era o motorista da primeira viatura da Força Tática a chegar à favela de Paraisópolis, em apoio à perseguição a duas motos. A operação terminou com nove mortos e 12 feridos, a maioria pisoteada na comunidade.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20240628160656_4cfc00b69945301431fca4e7315b3cc6ccb29bcb81d4c4f69a72b3b3d9329561.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20240628160656_4cfc00b69945301431fca4e7315b3cc6ccb29bcb81d4c4f69a72b3b3d9329561" data-rendition-name="original" width="803" height="483" loading="lazy" alt="gin-kimura"><figcaption>Gin Kimura (no meio), sargento Gabriel Luís (à dir.) e outra pessoa na vitadura. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  <div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">O sargento PM de SP, Gabriel Luiz de Oliveira, que no vídeo com youtuber americano na viatura diz comemorar mortes em confronto com charutos e cerveja, é um dos acusados pela morte de 9 pessoas no baile funk de Paraisópolis. Não é coincidência, é a política de Tarcísio e Derrite. <a href="https://t.co/C4aNuGN7Zz">pic.twitter.com/C4aNuGN7Zz</a>&mdash; Ivan Valente (@IvanValente) <a href="https://twitter.com/IvanValente/status/1806466374631379330?ref_src=twsrc%5Etfw">June 27, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div> &nbsp; <div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Patético! O governo Tarcísio colocou um youtuber gringo para gravar operações policiais e manusear armamento em SP. <a href="https://twitter.com/cortezpsol?ref_src=twsrc%5Etfw">@cortezpsol</a> acionou os órgãos responsáveis. <a href="https://t.co/VfSxghDUzV">pic.twitter.com/VfSxghDUzV</a>&mdash; PSOL 50 (@psol50) <a href="https://twitter.com/psol50/status/1806477619002544169?ref_src=twsrc%5Etfw">June 28, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div> &nbsp; <div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Tarcísio lixo&mdash; Patricia (@adricassilva) <a href="https://twitter.com/adricassilva/status/1806480894426837081?ref_src=twsrc%5Etfw">June 28, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Mídia

Internautas massacram Tarcísio de Freitas após youtuber norte-americano fazer gravações com policiais

247 – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou nesta segunda-feira (27) a proposta que viabiliza a implementação das escolas cívico-militares na rede estadual e municipal de ensino. Segundo o governador, a decisão de adotar ou não esse modelo caberá às comunidades escolares.
“Ninguém vai ser obrigado a estudar numa escola cívico-militar, só quem quiser. A comunidade escolar vai ter que topar, aquele município vai ter que topar”, disse Tarcísio.
A Secretaria de Educação prevê que entre 50 e 100 instituições de ensino devem adotar esse modelo no Estado. Além disso, o governo planeja iniciar a implementação do programa ainda este ano em unidades com desempenho escolar abaixo da média estadual, considerando também os índices de fluxo escolar e vulnerabilidade social.
O projeto de lei, elaborado pelo próprio governador, foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na última semana, com 54 votos a favor e 21 contra. Na ocasião, estudantes que protestavam contra o texto foram alvo de violência policial. (Com informações de <a href="https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/tarcisio-sanciona-lei-de-implementacao-das-escolas-civico-militares-em-sp/">CartaCapital</a>).

Tarcísio sanciona lei para implementação de escolas cívico-militares em SP

247 – A Comissão de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) emitiu uma nota que qualifica como "inconstitucional e ilegal" a iniciativa da administração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que atribui poderes de investigação à Polícia Militar.
Segundo a OAB-SP, o plano de ações do governo Tarcísio é "preocupante". O comunicado, divulgado nesta sexta-feira (19) no jornal <a href="https://www.metropoles.com/sao-paulo/oab-sp-diz-que-plano-de-tarcisio-que-empodera-pm-e-inconstitucional">Metrópoles</a>, enfatiza que a “apuração de infrações penais comuns é de atribuição das polícias judiciária (civil) e federal prevista na Constituição Federal”.&nbsp;
Além disso, a Lei 12.830/2013 estipula que tal procedimento deve ser conduzido por um delegado de polícia.&nbsp;
“Assim, o projeto é inconstitucional e ilegal, pois o governo do Estado não tem competência para legislar sobre esta matéria”, completa o documento.
As medidas, que permitem que policiais militares exerçam atividades de investigação, estão contidas em uma ordem preparatória para a implementação do Termo Circunstanciado Policial Militar (TC/PM) – um registro feito para ocorrências consideradas de "menor potencial ofensivo".

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