<p><b>247 -</b> A cidade de Nova Iorque, conhecida por sua diversidade e forte presença democrata, vive um clima de tensão e incerteza diante dos anúncios e medidas do governo de Donald Trump. Em entrevista ao programa <i>Denise Assis Convida</i>, do Brasil 247, neste domingo, o historiador James Green descreveu o momento como um verdadeiro "assombro" para a metrópole norte-americana.</p>
<p>"Estamos vendo listas de demissões de pessoas que trabalham há anos no serviço público, profissionais que detêm um conhecimento essencial para o funcionamento da máquina estatal. Esse tipo de corte vai ter um impacto profundo na prestação de serviços", alertou Green. Segundo ele, a perda desses funcionários experientes trará consequências difíceis de reparar para o país.</p>
<p>Além do desmonte na administração pública, o acadêmico, que é um militante da causa LGBTQIA+, apontou para o impacto das medidas ultraconservadoras de Trump. Um dos exemplos mais preocupantes é a recente determinação do republicano de que "só existem meninas e meninos", excluindo a diversidade de gênero. "Isso me faz sentir invisível e desconfortável na nova gestão", desabafou Green, que é homossexual assumido.</p>
<p>Outro fator que contribui para o clima de apreensão na cidade é o medo que tomou conta das comunidades imigrantes, diante da retórica xenófoba e das possíveis novas restrições impostas pelo governo. "Há um pânico real, principalmente entre aqueles que não têm documentação ou que temem perseguições", afirmou o historiador.</p>
<p>Para Green, Nova Iorque, um dos principais símbolos da resistência a Trump, seguirá sendo um polo de contestação e luta contra o retrocesso. "A cidade não se dobrará facilmente, mas os desafios serão enormes", concluiu. Assista:&nbsp;</p>
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Dafne Ashton

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Entrevistas

James Green descreve Nova York "assombrada" por Trump: "tensão e pânico dominam a cidade"

<p><b>247 -</b> Em conversa com o <i>Denise Assis Convida</i> na <i>TV 247</i>, o historiador James Green, especializado em América Latina e profundo conhecedor da história recente brasileira, sobre a qual já escreveu vários livros, se diz muito preocupado com o destino dos Estados Unidos e do mundo, com a perspectiva de quatro anos de Trump no poder.</p>
<p>Em sua opinião, o presidente dos EUA que retorna à Casa Branca, não é o mesmo que chegou meio no susto, da primeira vez. “Agora ele já conhece como funcionam as coisas e sabe como se mover. Naquela primeira vez ele estava ali tentando se eleger mais para aumentar o seu prestígio, mas acabou chegando ao cargo. Desta vez, escolheu cuidadosamente os seus auxiliares. Veja que o Marco Rubio, indicado para tocar a política externa é um cubano anticomunista, da ultradireita, mesmo”, destaca.&nbsp;</p>
<p>Para o historiador, no entanto, essa experiência de um governo anterior, tem dois lados. “Ele sabe que não pode ir com muita força. Há limites. Ele vai ficar testando: vai tentar avançar, testar implementar as suas promessas, mas se achar que está indo muito além, retrocede. É assim o seu estilo. Avança e recua. Não vai contrariar fortes interesses”. Sobre as ameaças de tomar o Canadá, o canal do Panamá e a Groenlândia, classifica de “fantasias. Ele já entendeu como são as negociações. Joga alto para depois conseguir alguma coisa”, define.</p>
<p>Sobre o Brasil, Green está certo de que Trump vai interferir diretamente em 2026 e, sim, ele acredita que a aliança com os donos das redes sociais será uma arma usada contra o país. Em sua opinião, como os estadunidenses sabem pouco sobre o que se passa aqui, Trump se une à ultradireita, que vai para lá disseminar mentiras sobre os tribunais brasileiros, sobre Alexandre de Moraes e sobre Lula, cuja reeleição, “vai tentar impedir de todas as formas”, acredita. Assista:&nbsp;</p>
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“Trump pode muito, mas não pode tudo”, diz James Green

<p><b>247 –</b> James Green falou ao “Denise Assis Convida”, desta semana, relembrando a sua luta para dar dignidade aos homossexuais, numa época em que a militar politicamente e ser gay pareciam atitudes incompatíveis. Green reconhece o seu papel de “desbravador” de um caminho em que a orientação sexual era vista com extremo preconceito, mas diz que hoje já não tem o peso que tinha, como nos anos de 1970, quando participava de manifestações contra a tortura no Brasil. “Isso já foi”, diz ele, que dá ao seu livro um tom corajoso, falando abertamente sobre a sua vida, as suas escolhas e contando histórias e situações da época, às vezes com uma pitada de humor.</p>
<p>Ele conta que passou semanas deprimido, em choque com a eleição de Trump, que na sua opinião venceu embalado pela onda ultradireitista que vai pelo mundo, mas também por falhas na campanha de Kamala Harris, como a omissão quanto à causa palestina. “Ela preferiu não se posicionar, por causa da posição do Biden e, por exemplo, em Michigan, com grande concentração de palestinos e libaneses, eles disseram que ou não votariam nela, ou simplesmente não iriam votar. E foi o que fizeram”.&nbsp;</p>
<p>Sobre as escolhas para compor a equipe de Trump, diz que o papel de Elon Musk é uma incógnita. Não há como avaliar o que pode acontecer. “Não há espaço para tanto poder em um governo. São dois egos enormes. E certamente haverá atritos”, prevê.&nbsp;</p>
<p>Para Green, não há boas expectativas com relação ao governo de Trump. “É se organizar nos próximos quatro anos e tirá-lo de lá, como se tirou Bolsonaro no Brasil. O Lula fez muito bem de formar uma frente ampla para fazer frente a Bolsonaro. Kamala tentou fazer isso nos EUA, mas não foi bem compreendida. Houve uma radicalização”, lamenta.</p>

James Green relembra o seu pioneirismo pela causa homossexual, em livro, e fala da eleição de Trump

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