<p><b>247 – </b>O cientista político e fundador do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, afirmou em entrevista ao <i>Giro das Onze</i>, da TV 247, que a ascensão do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) como candidato do bolsonarismo à Prefeitura de São Paulo é uma consequência do processo de descrédito da política fomentado pela grande imprensa brasileira. Segundo Coimbra, o discurso de desconfiança em relação às instituições do Estado, promovido ao longo dos últimos anos, abriu espaço para o surgimento de figuras como Marçal.“Quem começou a transformar a política em algo tão inconfiável foi, basicamente, essa imprensa na grande guerra que moveram contra a esquerda no Brasil e que continua a mover”, afirmou Coimbra. O cientista político destacou o papel de veículos como a <i>Folha de S.Paulo</i> e o <i>Estadão</i> nesse processo, principalmente durante as eleições em São Paulo. Para ele, a guerra contra Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), travada por esses meios de comunicação, ajudou a moldar o cenário em que figuras como Marçal ganharam relevância.</p>
<p>De acordo com Coimbra, Marçal não é um fenômeno isolado ou espontâneo, mas o resultado de como a política foi apresentada à sociedade nos últimos 15 a 20 anos. “Pablo Marçal é um produto do modo como ele foi apresentado à política e como a política foi apresentada à sociedade. Assim como foi forjado um palhaço como Sérgio Moro à frente da Lava Jato, o golpe contra Dilma... Foi isso que criou o Marçal", explicou Coimbra, referindo-se à atuação da mídia em episódios como a operação Lava Jato e o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff.</p>
<p>Coimbra também criticou a forma como a mídia plantou a ideia de que "nada presta" na política brasileira, levando eleitores a optarem por candidatos que, em outras circunstâncias, não teriam aceitação popular. "As pessoas não começaram a dizer que votariam nele porque são idiotas, mas sim porque passaram a acreditar que, se nada presta, qualquer coisa é válida", completou o cientista político, ao falar sobre Marçal. Assista:&nbsp;</p>
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Entrevistas

"Pablo Marçal é produto do descrédito na política fomentado pela imprensa brasileira", afirma Marcos Coimbra

<p><b>247 –</b> O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, em entrevista ao programa Boa Noite 247, comentou sobre os resultados da pesquisa Genial/Quaest que indicam estabilidade na avaliação do governo do presidente Lula. Coimbra analisou os dados e destacou a importância da comunicação direta do presidente com a população para manter a avaliação positiva.</p>
<p>"Essa pesquisa Quest é boa para o governo, mas no fundo ela não está dizendo nada de muito relevante. Ela está apenas mostrando que a avaliação do governo está estável. Porque essa movimentação de um ponto para cá, três pontos para lá na avaliação positiva e negativa não quer dizer nada. Está dentro da margem de erro. Ela permite uma discussão onde todo mundo que apoia o governo fica animado. Dá um cala boca no lado da oposição. Mas no fundo o quadro não mudou muita coisa."</p>
<p>Coimbra apontou uma notícia positiva na pesquisa, enfatizando a interrupção do processo de deterioração da avaliação negativa de Lula. "Eu acho que a única notícia boa desta pesquisa Quest, que deve ser vista como uma mudança real, é a interrupção no processo de erosão da avaliação negativa do presidente Lula. Embora nós saibamos que é pior estar mal avaliado do que bem avaliado, a questão é: que consequência essa pesquisa tem? Como o governo vai transformar isso num modo de agir politicamente? Essa é uma das coisas que o governo e o presidente Lula precisam fazer. Tem que preservar as mudanças feitas através da relação direta com a população para que, de fato, seja compensado o problema real que o governo tem. Não é porque ele fez isso durante um tempo, como ocorreu nos últimos meses, que já está bom. Tem que ser sistemático, fazer isso da mesma maneira que o presidente do México López Obrador fez durante seis anos com sua comunicação direta com a população. Todo o santo dia, ininterruptamente."</p>
<p>O sociólogo ressaltou a importância da comunicação contínua e direta, comparando-a com a estratégia de comunicação adotada pelo presidente do México. "O Obrador, em seus programas, discutia com a população o modo como a imprensa estava noticiando, comentando e avaliando o governo dele. Vocês jornalistas sabem o que é a nossa grande imprensa. A imprensa que, de uns tempos para cá, passou a tomar posição. Na eleição da França tomaram posição. Na Inglaterra, a mesma coisa. Nos Estados Unidos, o The New York Times é abertamente democrata. O The Guardian é abertamente trabalhista. E o Le Monde chegou até a fazer editorial em defesa da esquerda."</p>
<p>A pesquisa Genial/Quaest revelou que a aprovação do governo Lula subiu para 36% em junho, enquanto a avaliação negativa caiu para 30%. A avaliação regular permaneceu praticamente inalterada. No recorte regional, o Sudeste foi a única região onde a avaliação positiva aumentou significativamente, enquanto no Sul houve uma ligeira queda. Entre homens e mulheres, a avaliação positiva também apresentou crescimento.&nbsp;</p>
<p>Coimbra concluiu que, para manter e melhorar essa avaliação, é essencial que Lula mantenha uma comunicação direta e frequente com a população, utilizando, entre outros meios, entrevistas para rádios locais e viagens para diferentes regiões do país. Assista:</p>
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“Para manter avaliação positiva, Lula terá que viajar e dar entrevistas para as rádios locais”, diz Marcos Coimbra

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