Agro brasileiro teme 'tarifaço' de Trump contra o setor
Parlamentares do setor rural avaliam que política protecionista de Trump pode afetar produtos brasileiros no futuro
247 - A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ampliar tarifas sobre a importação de aço e alumínio, acendeu um alerta na bancada do agronegócio brasileiro. Parlamentares temem que o movimento protecionista avance e passe a atingir também produtos agrícolas, setor fundamental para a economia do país, relata Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP-PR) expressou preocupação com a estratégia comercial de Trump e seu impacto potencial no agronegócio. Segundo ele, as recentes taxações sobre o setor metalúrgico podem indicar um caminho semelhante para commodities agrícolas. “Causa receio. É natural. É um movimento que o presidente americano tem feito em todas as negociações. Tem muita bravata também, movimentos feitos para chamar [os demais países] para a mesa de negociação, como nos casos do México, Panamá e Canadá. O Partido Republicano é mais protecionista”, afirmou o parlamentar.
Apesar da preocupação com as barreiras comerciais, Lupion evitou fazer críticas diretas ao presidente republicano. A bancada do agro tem forte proximidade com Jair Bolsonaro (PL), aliado político de Trump.
A medida tarifária foi oficializada nesta terça-feira (11), impondo uma taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Os principais exportadores desses produtos para os EUA são Canadá, Brasil e México, seguidos por Coreia do Sul e Vietnã, de acordo com dados do governo norte-americano e do American Iron and Steel Institute.
O impacto para o Brasil pode ser expressivo. Em 2022, os EUA foram destino de 49% das exportações brasileiras de aço, segundo o Instituto Aço Brasil. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil no fornecimento do insumo para os americanos. Caso o protecionismo se estenda ao setor agropecuário, a economia brasileira pode ser fortemente afetada, especialmente na exportação de soja, milho e carne bovina, produtos com grande dependência do mercado externo.
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