Brasil lidera importação de fertilizantes russos em 2024

247 – O Brasil foi o maior comprador de fertilizantes minerais da Rússia em 2024, superando países como Índia e China, conforme dados da plataforma Comtrade da ONU e informações alfandegárias divulgadas pela Sputnik Brasil. No período de janeiro a novembro, as importações brasileiras alcançaram o valor de US$ 3,38 bilhões (R$ 19,98 bilhões), reafirmando o papel central da agricultura brasileira no cenário global.

A Índia e a China, segundo e terceiro maiores compradores, adquiriram US$ 1,46 bilhão (R$ 8,63 bilhões) e US$ 1,31 bilhão (R$ 7,74 bilhões), respectivamente. O total das exportações russas para esses três mercados chegou a US$ 6,16 bilhões (R$ 36,4 bilhões), consolidando-os como os principais destinos dos fertilizantes minerais russos.

Além desses países, a lista dos dez maiores importadores incluiu os Estados Unidos (US$ 1,19 bilhão), México (US$ 669 milhões), Indonésia (US$ 412,9 milhões), Polônia (US$ 397 milhões), África do Sul (US$ 286,2 milhões), Tailândia (US$ 279 milhões) e Colômbia (US$ 185,5 milhões). O bloco da União Europeia, somando todos os países-membros, importou fertilizantes russos no valor total de US$ 1,65 bilhão (R$ 9,75 bilhões).

Dependência estratégica

Os números reforçam a dependência brasileira de insumos agrícolas importados, especialmente os fertilizantes, essenciais para a produção de soja, milho, café e outros produtos que fazem do Brasil um dos maiores exportadores agrícolas do mundo. Por outro lado, consolidam a Rússia como um ator estratégico no fornecimento global desses insumos, em um momento de crescente complexidade nas cadeias de suprimentos internacionais.

A Sputnik Brasil destacou que esses dados reforçam a importância das relações comerciais entre o Brasil e a Rússia, particularmente em um setor tão vital quanto a agricultura. Com o crescimento da demanda por alimentos, é provável que essa parceria continue a ser um pilar importante para o agronegócio brasileiro.

Desafios e perspectivas

Especialistas apontam que, embora o Brasil tenha conseguido suprir sua demanda por fertilizantes em 2024, o aumento da dependência de poucos fornecedores representa um desafio estratégico. Nesse contexto, a diversificação das fontes de importação e o aumento da produção interna de fertilizantes são considerados passos cruciais para reduzir vulnerabilidades em períodos de crises globais.