Deputados articulam ofensiva internacional para promover carne brasileira: 'é preciso mudar a imagem do país'
Projeto é visto como uma resposta às pressões internacionais, especialmente da Europa, por padrões mais rigorosos de sustentabilidade e rastreabilidade
247 - Parlamentares da bancada ruralista se mobilizam para lançar um programa de promoção da carne e demais proteínas brasileiras no exterior. A proposta, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, surge como uma resposta estratégica às pressões internacionais, especialmente da Europa, por padrões mais rigorosos de sustentabilidade e rastreabilidade dos produtos agropecuários.
De acordo com a reportagem, o epicentro da iniciativa será um projeto de lei liderado pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS), atual presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio). A proposta terá coautoria de parlamentares de diferentes legendas, inclusive da base do governo federal, e buscará consolidar um esforço nacional para melhorar a imagem do agronegócio brasileiro nos mercados internacionais.
Denominado Programa Nacional de Promoção Internacional das Proteínas Brasileiras, o plano prevê a atuação conjunta do Ministério das Relações Exteriores e da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A estratégia inclui a criação de estandes permanentes em escritórios internacionais e a realização de campanhas publicitárias voltadas à divulgação da qualidade e da sustentabilidade da carne brasileira.
O projeto, que deve ser protocolado ainda neste semestre, também propõe medidas mais contundentes, como a aplicação de sobretaxas a produtos importados de países que impuserem barreiras às proteínas brasileiras — em valor equivalente às restrições impostas. A dotação orçamentária para sustentar o programa ainda está em fase de definição.
A movimentação parlamentar acontece meses após um episódio que gerou desconforto entre o Brasil e o mercado europeu. Em 2023, o presidente global do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão da compra de carne de países do Mercosul. Diante da repercussão negativa, especialmente no Brasil, o CEO voltou atrás e divulgou uma carta de retratação. O episódio coincidiu com as negociações finais do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, concluídas em dezembro daquele ano.
Para o setor do agronegócio, a nova proposta é mais do que uma ação de marketing — trata-se de uma afirmação política de soberania econômica. “É preciso que nossos agentes políticos tenham claro que a política dos biocombustíveis não compete com a produção de alimentos. Pelo contrário: ela estimula ao reduzir preços, impulsionar exportações e agregar valor à nossa produção”, defende João Henrique Hummel, diretor-executivo da FPBio.
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