Em viagem à Ásia, Lula vai discutir acordo comercial entre Mercosul e Japão
Presidente levará proposta a Tóquio para fortalecer o Mercosul e buscar acesso ampliado ao mercado japonês, especialmente para carnes brasileiras
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja neste sábado (22) ao Japão com vista a propor ao governo japonês a negociação de um acordo comercial com o Mercosul. Segundo coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, fontes diplomáticas confirmaram que o tema estará entre as prioridades da agenda brasileira na viagem. A proposta, no entanto, ainda está em fase preliminar, uma vez que não está definido se será um acordo de livre comércio ou uma associação voltada à redução de barreiras tarifárias e ao incremento do fluxo comercial.
A depender da receptividade do governo japonês, o Brasil deve levar a sugestão aos demais membros do Mercosul — Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia — para iniciar tratativas multilaterais. A iniciativa, segundo o governo Lula, busca reforçar a inserção do bloco sul-americano no mercado asiático e ampliar o peso diplomático e econômico da região em um contexto de crescente protecionismo, especialmente por parte dos Estados Unidos.
Ainda de acordo com a reportagem, uma das principais metas do Brasil é conquistar espaço mais relevante no mercado japonês para o segmento de carnes bovina e suína. A abertura comercial nesse setor é considerada estratégica, tanto do ponto de vista econômico quanto político, já que o Japão mantém elevados padrões sanitários e um rígido sistema de importação de alimentos.
Em fevereiro deste ano, a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) realizou um amplo diagnóstico sobre as potencialidades do mercado japonês, em função dos 130 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O levantamento identificou mais de 360 oportunidades para a ampliação das exportações brasileiras, com destaque para combustíveis minerais, minério de ferro e de cobre, soja, celulose, milho, trigo e centeio, além de carnes.
O Brasil se prepara também para participar da Exposição Universal de Osaka, que ocorrerá entre 13 de abril e 13 de outubro de 2025. Com o tema “Projetando a sociedade do futuro para nossas vidas”, o evento deve consolidar a presença brasileira na Ásia e servir como vitrine para seus produtos e tecnologias.
Atualmente, as exportações brasileiras para o Japão somam US$ 5,6 bilhões, com destaque para minérios de ferro, carne de frango e café verde — produtos que, juntos, representam 43,4% da pauta exportadora. Entre 2020 e 2024, as vendas do Brasil para o país asiático cresceram a uma média anual de 7,8%, ritmo superior ao da economia japonesa, que vem enfrentando dificuldades para retomar um crescimento robusto. Em 2024, por exemplo, o PIB japonês avançou apenas 0,3%.
O fluxo de investimentos também vem em ascensão. Segundo a ApexBrasil, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) do Japão no Brasil chegou a US$ 36,1 bilhões em 2023, com crescimento de US$ 6,6 bilhões em relação ao ano anterior. O Japão ocupa hoje a 11ª posição no ranking de maiores investidores no país, com presença expressiva em setores como metalurgia, agronegócio, indústria automobilística, química e petroquímica, além de alimentos e bebidas.
De 2013 até janeiro de 2024, mais de 220 projetos japoneses foram implantados no Brasil, gerando mais de 32,7 mil empregos. Esses dados indicam não apenas uma relação comercial sólida, mas também um campo fértil para a expansão de parcerias estratégicas, especialmente diante da disposição de ambos os países de reforçarem os laços econômicos.
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