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      Cuba denuncia manipulação dos EUA e critica endurecimento da política migratória

      Ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, denuncia repressão contra migrantes latino-americanos

      Bruno Rodríguez, chanceler de Cuba (Foto: Granma)
      José Reinaldo avatar
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      247 - O governo cubano voltou a elevar o tom contra os Estados Unidos, acusando o país de manipular a história e adotar práticas repressivas contra migrantes latino-americanos. A denúncia foi feita neste sábado (12) pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, em publicação na rede social X (antigo Twitter). As declarações repercutem críticas recentes do presidente cubano Miguel Díaz-Canel à política migratória de Washington, que vêm ganhando destaque em fóruns internacionais.

      A matéria foi inicialmente divulgada pela Prensa Latina. Segundo Rodríguez, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, está  instrumentalizando fatos históricos em benefício próprio. “O mau hábito de manipular a história acompanha o Secretário de Estado dos #EUA, tanto para fabricar sua biografia pessoal quanto para denegrir #Cuba”, afirmou o chanceler cubano.

      Rodríguez também denunciou o uso político da questão migratória pelos Estados Unidos, chamando de “oportunista” a atual postura do governo norte-americano de deportar cidadãos cubanos, ignorando as consequências humanas dessas decisões. 

      O tema migratório ganhou ainda mais destaque após as declarações do presidente Díaz-Canel durante a IX Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada recentemente. No evento, o mandatário cubano fez duras críticas às práticas de deportação dos EUA, que, segundo ele, configuram “um abuso de poder inaceitável e uma violação dos direitos mais básicos dos cidadãos latino-americanos e caribenhos”.

      “O que vemos são pessoas enviadas a prisões de alta segurança, sem provas, sem o devido processo legal, muitas vezes pelo simples fato de não possuírem status migratório regular”, destacou Díaz-Canel. Ele citou especificamente casos envolvendo cidadãos venezuelanos, detidos em centros para criminosos perigosos sem evidência de qualquer crime cometido. 

      Uma das denúncias mais contundentes feitas por Díaz-Canel refere-se à reutilização da base naval norte-americana em Guantánamo — instalada em território cubano ocupado ilegalmente — como centro de detenção de migrantes. O presidente classificou o ato como “brutal e ilegal” e advertiu que isso representa uma ameaça direta à paz e à segurança regional.

      “A tentativa dos Estados Unidos de justificar essa política apresentando-se como uma vítima do mundo é uma distorção oportunista da história e da realidade”, ironizou o líder cubano.

      Neste contexto, a política externa cubana procura ampliar seu leque de alianças e reduzir sua dependência de mercados ocidentais. Ao mesmo tempo, a denúncia de violações cometidas pelos EUA contra migrantes se insere na estratégia de Havana de conquistar apoio no Sul Global, projetando-se como defensora dos direitos humanos e da soberania nacional frente às potências hegemônicas.

      Ao denunciar a manipulação histórica e os abusos da política migratória norte-americana, Cuba reforça sua postura de resistência e busca apoio entre nações que compartilham dos mesmos desafios geopolíticos e econômicos.

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