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      Equador: Daniel Noboa é proclamado vencedor sob acusações de fraude

      Movimento Revolução Cidadã contesta os resultados

      Daniel Noboa foi proclamado presidente reeleito do Equador (Foto: Prensa Latina )
      José Reinaldo avatar
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      247 - O Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) anunciou na noite deste domingo (13) que Daniel Noboa foi reeleito presidente da República, em meio a um cenário político conturbado e marcado por graves denúncias de fraude eleitoral levantadas pela opositora Revolução Cidadã (RC), liderada pela candidata Luisa González.

      Segundo os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 92,66% dos votos válidos apurados, Noboa obteve 55,83% dos votos, contra 44,17% da candidata da RC, informa a Prensa Latina. A diferença de mais de 10 pontos percentuais entre os dois candidatos surpreendeu analistas e pesquisas, que apontavam uma disputa acirrada e com margem apertada.

      A inesperada vantagem numérica do presidente reeleito gerou reações imediatas da oposição, que questiona a lisura do processo eleitoral. Em pronunciamento à noite diante de apoiadores, Luisa González declarou não reconhecer o resultado divulgado pelo CNE. González argumentou que houve uma série de irregularidades ao longo do processo que comprometem a legitimidade da eleição. Entre os principais pontos denunciados estão: a não exigência de afastamento dos cargos públicos por parte dos servidores que buscavam a reeleição — como o próprio presidente —, o decreto de um novo estado de emergência em sete províncias e dois municípios durante o processo eleitoral, a mudança repentina de sedes eleitorais, e a restrição do voto para cidadãos equatorianos residentes na Venezuela, totalizando 10 eleitores que foram impedidos de exercer seu direito.

      Outro fator apontado pela Revolução Cidadã foi a publicação de atas eleitorais sem assinaturas, elemento fundamental para a validação dos resultados. O secretário executivo da RC, Andrés Arauz, afirmou que essa prática é uma irregularidade inaceitável e compromete diretamente a confiabilidade do pleito.

      Diante do anúncio da oposição de que irá solicitar a recontagem dos votos e a abertura das urnas, a presidente do CNE, Diana Atamaint, respondeu que a legislação equatoriana prevê mecanismos administrativos e contenciosos eleitorais para a contestação de resultados. Ela também afirmou que todos os procedimentos estão sendo conduzidos dentro do marco da lei e com a supervisão de organismos nacionais e internacionais.

      Setores populares, movimentos sociais e lideranças progressistas denunciam uma crescente concentração de poder, repressão política e criminalização da oposição. A decretação do estado de emergência durante o processo eleitoral é vista por muitos como uma tentativa de silenciar vozes críticas e limitar a mobilização da oposição, em um contexto em que o país enfrenta sérias tensões sociais e econômicas.

      A Revolução Cidadã, movimento fundado pelo ex-presidente Rafael Correa, promete mobilizações e ações jurídicas e políticas para contestar o resultado das urnas. A disputa está longe de chegar ao fim, e o Equador entra em um período de incerteza, em que a legitimidade do novo mandato de Noboa será testada diante da pressão social e das instituições democráticas.

      O desfecho dessa crise poderá ter consequências profundas para o futuro da democracia equatoriana e para o equilíbrio político na América do Sul, em um momento em que os ventos da polarização e do autoritarismo sopram em várias partes do continente.

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