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      Partidos de esquerda denunciam irregularidades no segundo turno das eleições presidenciais no Equador

      Chapa da candidata Luisa González acusa o CNE e o governo de Daniel Noboa de práticas que colocam em risco a transparência e a legitimidade do pleito

      Daniel Noboa (Foto: Reuters)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - A chapa da candidata à presidência do Equador, Luisa González, divulgou uma nota oficial na qual denuncia uma série de irregularidades cometidas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pelo governo do atual presidente e também candidato, Daniel Noboa. A manifestação, assinada por representantes de diversos partidos de esquerda e movimentos progressistas, aponta que as ações adotadas às vésperas da votação de segundo turno presidencial, realizada neste domingo (13), colocam em xeque a integridade democrática do processo eleitoral.

      A denúncia, divulgada pela aliança composta por partidos como Revolução Cidadã, Pachakutik, Centro Democrático e outros, afirma: “A unidade das esquerdas e do campo progressista manifesta sua preocupação diante de uma série de irregularidades por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do governo do candidato-presidente Daniel Noboa, implementadas a poucas horas da realização do segundo turno das eleições presidenciais de 2025.”

      Segundo o documento, o CNE teria descumprido suas obrigações constitucionais, como a de garantir igualdade de condições entre os candidatos e assegurar a transparência do processo. “Durante todo o processo eleitoral, fomos testemunhas do papel vergonhoso desempenhado pelo Conselho Nacional Eleitoral – CNE. A instituição não cumpriu com as funções determinadas pela Constituição [...] Nada disso foi cumprido.”

      Entre os fatos denunciados, destacam-se:

      • Mudanças de última hora em 18 locais de votação, supostamente devido a inundações provocadas por chuvas que já ocorrem há dois meses. “Coincidentemente, essas mudanças afetam zonas onde o governo teve desempenho fraco no primeiro turno.”

      • Uso de cadeia nacional de rádio e TV pelo governo, quatro vezes ao dia, mesmo durante o período de silêncio eleitoral. “Algo expressamente proibido por lei, mas o CNE permanece em silêncio.”

      • Impedimento da entrada de observadores internacionais convidados para acompanhar o processo eleitoral.

      • Uso da máquina pública com fins eleitorais, incluindo a entrega de bônus no valor de 570 milhões de dólares e viagens não oficiais do presidente.

      • Decretação de estado de exceção em sete províncias, suspendendo direitos civis fundamentais. “Coincidentemente, essas são as províncias onde o candidato-presidente Noboa teve baixo desempenho no primeiro turno.”

      • Suspensão da votação de equatorianos residentes na Venezuela, sem justificativas claras.

      Diante do cenário, os signatários exigem que o CNE “assuma sua responsabilidade e garanta eleições transparentes e dentro do marco legal”. E completam: “Estamos em alerta, pelo bem do país. Não permitiremos a violação dos princípios democráticos.”

      Os líderes da oposição também alertam a comunidade internacional. “Alertamos os organismos internacionais — UE, ONU, OEA e observadores da sociedade civil — sobre esses fatos lamentáveis, que continuam afetando a já frágil democracia do nosso país e comprometem este processo de participação cidadã.”

      A nota é assinada por Guillermo Churuchumbi (Pachakutik), Luisa González Alcívar (Revolução Cidadã), Raúl Chávez Núñez del Arco (RETO), Gustavo Vallejo (Partido Socialista Equatoriano) e Galo Almeida (Centro Democrático).

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