'Doutrina Monroe do século 21', diz analista sobre política externa de Trump para a América Latina
"Os EUA sempre se projetaram para a região latino-americana. Portanto, haverá um ressurgimento da Doutrina Monroe do século 21", diz López Alvarado
247 - A política externa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pode sinalizar um renascimento da Doutrina Monroe, afirmou o internacionalista mexicano Carlos Manuel López Alvarado, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), em entrevista à agência Sputnik. Segundo o especialista, a América Latina continuará sendo um espaço estratégico para os EUA, como foi historicamente.
"A América Latina é sua área natural de influência, é uma área vital; historicamente, os Estados Unidos sempre se projetaram para a região latino-americana. Portanto, haverá, naturalmente, um ressurgimento da Doutrina Monroe do século 21", explicou López Alvarado. Essa doutrina, proclamada em 1823, estabeleceu a região como uma esfera de influência política e econômica dos EUA, servindo como base para diversas intervenções ao longo dos séculos XIX e XX.
Contudo, López Alvarado alerta que Trump enfrentará limitações no cenário atual. Ele destacou que o presidente eleito não poderá "contornar os canais legais que lhe permitem recuperar essa zona de influência", mencionando especificamente as intenções republicanas de retomar o controle do Canal do Panamá. "Isso não passa de um anúncio sensacionalista", pontuou o especialista, sugerindo que a declaração tem como objetivo mais atrair atenção ao discurso de Trump do que propor medidas concretas de política externa.
O contexto global contemporâneo impõe desafios à implementação de uma nova Doutrina Monroe. Além do fortalecimento de potências como China e Rússia na América Latina, os próprios países da região têm ampliado sua autonomia em relação a Washington, estabelecendo novas alianças econômicas e políticas. López Alvarado avalia que o cenário é mais complexo do que no século XIX, quando a doutrina foi aplicada de forma mais explícita.
Ainda assim, a narrativa de influência e proteção da América Latina como "área vital" pode ser usada por Trump para reafirmar o papel dos EUA como líder regional, especialmente em meio às tensões comerciais com outras potências globais.
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