Em novo mandato em El Salvador, Bukele dá guinada em direção à Rússia e China
Pressões dos Estados Unidos e ONGs contra o polêmico, porém eficaz, programa de segurança pública de El Salvador, fizeram o país buscar novos parceiros estratégicos
247 - Alvo de constantes pressões internacionais, o governo de El Salvador vem se voltando cada vez mais em direção a parceiros globais que considera mais adequados, como China e Rússia. O primeiro conta com investimentos de grande porte no país, como a Biblioteca Nacional de El Salvador, símbolo da modernização que o presidente Nayib Bukele busca projetar, enquanto Moscou iniciou uma ofensiva diplomática para cortejar o líder que é um dos mais populares da América Latina.
Seu polêmico programa de segurança para combater as gangues criminosas levou a uma ampla repressão das garantias civis, mas também reduziu drasticamente as taxas de criminalidade. Enquanto os Estados Unidos enviaram cabos diplomáticos a El Salvador protestando contra as medidas de repressão, e as ONGs internacionais o acusam de autoritarismo, Rússia e China parecem não se preocupar com os assuntos internos de El Salvador.
Outra obra com cooperação chinesa é a construção de um novo cais no Porto de La Libertad, uma das melhores áreas da costa turística. Da sua parte, Moscou pode receber a visita de Bukele para alinhar os parâmetros da futura cooperação. O vice-presidente salvadorenho, Feliz Ulloa, disse neste sábado (8) em uma entrevista à agência Sputnik que Bukele está pronto para visitar a Rússia e a nação centro-americana ficaria feliz em receber uma visita do presidente.
Na entrevista, Ulloa disse que El Salvador está aberto à construção de uma Embaixada da Rússia no país. Atualmente, as questões do desenvolvimento das relações com El Salvador estão sob a jurisdição da Embaixada da Rússia na Nicarágua. Ele também prometeu buscar formas de intensificar o comércio bilateral, reforçando a neutralidade do país em relação ao conflito na Ucrânia.
Na semana passada, Bukele prestou juramento e assumiu a presidência pela segunda vez consecutiva, em transmissão da emissora nacional do país. Ele venceu com mais de 84,65% dos votos em fevereiro, e seu partido, Nuevas Ideas, conquistou 54 dos 60 assentos no parlamento do país, em uma votação contestada por grupos de direitos.
Mas diante das aproximações de Pequim e Moscou, os próprios Estados Unidos vêm suavizando suas críticas, tendo enviado uma delegação para acompanhar a posse de Bukele, após protestarem há meses contra o apoio de Bukele a medidas como demitir juízes e contrariar os limites constitucionais de mandatos.
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