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      FMI diz que o governo Milei pediu US$ 20 bilhões para a economia argentina

      Na avaliação feita pelo órgão sediado nos EUA, a gestão do presidente ultradireitista argentino adotou um 'exitoso programa econômico'

      FMI, Javier Milei e Luis Caputo (Foto: Reuters I Divulgação)
      Leonardo Lucena avatar
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      Por C5N - O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta sexta-feira que o governo de Javier Milei solicitou um total de US$ 20 bilhões, ratificando assim o valor adiantado pelo ministro da Economia, Luis Caputo, embora ainda não tenha fornecido uma definição sobre o assunto.

      "Qualquer pacote acordado e seu escalonamento estão sujeitos à aprovação do Conselho Executivo do FMI. Como já mencionamos, o progresso do novo programa está muito avançado, e a colaboração continua em todos os níveis para finalizar um acordo que ajude a Argentina a consolidar seu já exitoso programa econômico", declarou o porta-voz do organismo.

      Nesse sentido, ele destacou que a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, manteve contato com Caputo para discutir "os próximos passos" na preparação de um novo programa: "As autoridades argentinas solicitaram um pacote de financiamento total de US$ 20 bilhões", revelou.

      O ministro da Economia havia mencionado na quinta-feira o valor solicitado, afirmando que "é muito superior ao montante que se vem ouvindo de algumas pessoas", ao mesmo tempo em que adiantou que "estamos negociando também com o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF)" um pacote adicional de livre disponibilidade "para reforçar as reservas do Banco Central".

      Após o anúncio de Caputo, os mercados reagiram com volatilidade ao precificar o iminente acordo. As ações argentinas em Wall Street variaram entre altas e baixas em uma jornada instável nos mercados globais. Os títulos em dólares salvaram o dia na bolsa argentina, com maioria de altas, enquanto o risco-país recuou e fechou 10 pontos abaixo.

      Luis Caputo detalha a negociação com o FMI pelo novo acordo de US$ 20 bilhões

      "Quando se observam as reservas brutas hoje e se soma o que está por vir, elas subirão para cerca de US$ 50 bilhões. Por que este acordo com o FMI é diferente? Não apenas não é igual aos mais de 20 acordos anteriores, mas também difere daqueles que o FMI fez com outros países. Tradicionalmente, um acordo com o Fundo envolve desembolsos graduais enquanto exige uma série de ajustes, tipicamente fiscais e monetários, para colocar a economia em ordem. O dinheiro injetado pelo FMI financia a transição para um equilíbrio macroeconômico", explicou o ministro.

      "Esse não é o propósito deste acordo, porque esse ajuste já foi feito", esclareceu Caputo, e argumentou: "O acordo do governo anterior estava completamente descumprido e fracassado. Diante disso, tínhamos duas opções: buscar um novo acordo ou reviver o existente.""Optar por um novo acordo significaria pedir novos recursos contra novas metas, algo que levaria muito tempo e não aconteceria, pois o FMI não comprometeria mais capital sem ver resultados concretos", afirmou.

      "Então, fizemos algo particular: não pedimos dinheiro, mas mudamos as metas impostas ao governo anterior por outras muito mais exigentes, e não solicitamos recapitalização do Banco Central até que o FMI estivesse mais convencido de que cumpriríamos essas metas. Foi o que fizemos: em um mês, eliminamos o déficit fiscal, e em seis meses, resolvemos o déficit quase fiscal e a emissão monetária. Foram duas provas extremamente contundentes que nos permitiram retomar a negociação para um novo acordo", destacou o ministro.

      Para Caputo, "a diferença fundamental é que esses novos recursos não serão para financiar gastos ou déficit, mas para recapitalizar o ativo do Banco Central." "Isso é importante porque, embora tenhamos reduzido drasticamente seus passivos, ainda há um terço dos pesos em circulação na economia argentina. Os argentinos precisam que esses pesos estejam bem respaldados", explicou.

      "Buscamos que as pessoas tenham tranquilidade de que os pesos têm lastro no Banco Central. Isso resultará em uma moeda mais sólida, com menos inflação, menos pobreza, mais investimentos, melhores salários, mais crescimento, maior arrecadação, maior superávit e redução de impostos. Viemos fazer o oposto do que a Argentina fez nos últimos 20 anos", declarou o chefe da Economia.

      “Com o que pedimos ao Fundo mais o que vai entrar do Banco Mundial, BID e CAF, teremos cerca de US$ 50 bilhões em reservas brutas. A base monetária hoje, ao câmbio oficial é de US$ 25 bilhões a US$ 20 bilhões livres.Temos mais que o dobro de reservas em dólares em comparação com o que existia durante a conversibilidade em relação à base monetária", afirmou.

      "Com esses fundos, vamos recomprar do Banco Central as letras intransferíveis e, efetivamente, estaremos colocando dólares. A dívida bruta, em si, não muda: estamos mudando de credor. Essa dívida com o Banco Central é substituída pela que se contrai com o FMI. Vamos repor os ativos necessários para que as pessoas fiquem tranquilas, sabendo que os pesos estão bem respaldados", explicou Caputo.

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