Pai de Milei evitou falência com ajuda estatal milionária
Transportadoras de Norberto Milei receberam 33 milhões de dólares em subsídios entre 2005 e 2007, levantando questionamentos ao discurso do presidente sobre redução do Estado
Opera Mundi - Entre os anos de 2005 e 2007, as transportadoras Rocaraza e Teniente General Roca, ambas de propriedade de Norberto Milei, pai do atual presidente argentino, Javier Milei, receberam um total de US$ 33 milhões em subsídios do Estado argentino, que foram fundamentais para evitar que ambas as empresas declarassem falência.
A informação foi revelada pelo diário argentino La Nación, em uma reportagem realizada pelo Centro Latino-Americano de Investigações Jornalísticas (CLIP) que foi publicada nesta quarta-feira (05/06), após nove meses de apuração.
Segundo a matéria, os subsídios a Norberto Milei foram entregues durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner, embora os contratos de suas empresas fossem com o governo da Província de Buenos Aires, então comandada por Daniel Scioli, para que as transportadoras operassem nas linhas de ônibus que cobrem parte da região metropolitana da capital argentina.
“Os subsídios foram fundamentais para a consolidação do patrimônio familiar, especialmente depois que uma dessas empresas, a Teniente General Roca, ter declarado falência após a crise econômica do corralito, que afetou a Argentina em 2001”, conta a reportagem.
Os documentos apresentados pela investigação jornalista comprovam que as empresas da família Milei recebiam apoio financeiro tanto do governo provincial de Buenos Aires quanto do Estado nacional argentino.
“O Estado nacional subsidiou cada litro de diesel consumido pelos ônibus das duas empresas, o transporte público na região em uma conta pesada financiada com dinheiro público”, diz a matéria, em outro trecho.
A reportagem coloca em xeque o discurso de redução do Estado, defendido pelo presidente argentino, trazendo declarações públicas de Norberto Milei agradecendo ao Estado por ter evitado a falência de suas empresas, embora também mostrando que elas mantinham diversos problemas na Justiça devido a altas dívidas por impostos que não foram pagos, inclusive durante os anos em que receberam a ajuda milionária do Estado.
Com informações de La Nación.
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