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Por concordar com Lula sobre Maduro, Alberto Fernández é desconvidado de observar eleições na Venezuela

Ex-presidente argentino afirmou que foi desconvidado por ter afirmado que, numa democracia, "quem ganha, ganha e quem perde, perde"

Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - O ex-presidente argentino Alberto Fernández anunciou que não participará mais como observador nas eleições presidenciais da Venezuela, que ocorrerão no próximo domingo, dia 28 de julho. A decisão foi tomada após o governo venezuelano manifestar seu desejo de que ele desistisse da missão, alegando preocupações sobre a sua imparcialidade.

Em uma declaração pública, Fernández explicou que o Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela havia inicialmente convidado-o para atuar como veedor do pleito. No entanto, o governo venezuelano posteriormente transmitiu a ele sua vontade de que não viajasse, citando como motivo o desconforto causado por declarações públicas de Fernández em que afirmou que, numa democracia, "quem ganha, ganha e quem perde, perde" e que tanto o governo quanto a oposição deveriam aceitar os resultados das urnas.

Segundo Fernández, suas palavras foram interpretadas como uma possível desestabilização do processo eleitoral, especialmente por coincidirem com declarações semelhantes feitas pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Fernández expressou perplexidade diante da reação, reafirmando que seu único objetivo era observar o cumprimento das normas eleitorais de forma objetiva, imparcial e transparente.

O ex-presidente argentino lamentou a situação, destacando seu desejo de que o processo eleitoral na Venezuela ocorra de maneira transparente e que o resultado seja respeitado, independentemente de quem seja o vencedor. Ele também manifestou esperança de que a nação venezuelana recupere a convivência democrática e que os milhões de venezuelanos que emigraram possam retornar ao país. CONFIRA O TEXTO DE FERNÁNDEZ NA ÍNTEGRA:

"Como pode ser visto na nota apresentada, o Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela me convocou para participar como observador da eleição que será realizada nesse país no próximo domingo.

Ontem, o governo nacional venezuelano me comunicou sua vontade de que eu não viajasse e desistisse de cumprir a tarefa que me foi atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral.

A razão que me foi dada é que, na opinião daquele governo, declarações públicas feitas por mim a um meio de comunicação nacional causavam incômodo e geravam dúvidas sobre minha imparcialidade. Entenderam que a coincidência com o que havia sido dito um dia antes pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, gerava uma espécie de desestabilização do processo eleitoral.

Devo esclarecer que não entendo tal incômodo. Apenas disse que, em uma democracia, quando o povo emite seu voto, "quem ganha, ganha, e quem perde, perde" e que, se o governo eventualmente fosse derrotado, deveria aceitar o veredicto popular. Da mesma forma, a oposição deveria fazer o mesmo caso o resultado lhe fosse desfavorável.

Diante da inusitada demanda, achei conveniente não viajar e não permitir que me atribuam a intenção de turvar uma jornada eleitoral tão importante, quando meu único objetivo era cumprir com a função de um observador eleitoral.

Um observador eleitoral deve garantir o cumprimento das normas estabelecidas durante todo o processo eleitoral de maneira objetiva, imparcial e transparente. Esse era o meu único propósito. Gostaria de poder ter feito isso, mas sinto que, no contexto criado, não poderei cumprir plenamente essa tarefa.

Meu maior desejo é que a Venezuela, que nesses anos foi assediada por ameaças de invasão e prejudicada economicamente por um brutal bloqueio, possa realizar suas eleições de maneira transparente e que o veredicto popular seja respeitado, independentemente do resultado.

Se esse objetivo for alcançado, o povo venezuelano recuperará a convivência democrática e os milhões de venezuelanas e venezuelanos que tiveram que emigrar poderão voltar para essa maravilhosa terra onde nasceram.

Torno pública essa situação com muito pesar, mas com o único objetivo de expressar meus melhores desejos para que a Venezuela tenha o melhor futuro que merece."

 

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