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    Pressionado pelos EUA, México evita incentivos a montadoras chinesas de veículos elétricos

    O governo mexicano afirmou que não serão concedidos ao país asiático benefícios como terrenos públicos de baixo custo ou cortes de impostos

    Modelos de veículos elétricos em Pequim (Foto: Tingshu Wang / Reuters)

    Por Diego Oré

    CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O governo federal do México, sob pressão dos Estados Unidos, está mantendo as montadoras chinesas à distância, recusando-se a oferecer incentivos como terrenos públicos de baixo custo ou cortes de impostos para investimentos na produção de veículos elétricos, disseram três autoridades mexicanas familiarizadas com o assunto.

    A última reunião entre importantes autoridades mexicanas e uma montadora chinesa foi em janeiro, disseram as fontes, com executivos da BYD Co - uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo em termos de vendas.

    Na reunião, as autoridades mexicanas deixaram claro que não dariam incentivos como os concedidos às montadoras no passado e que as autoridades suspenderiam quaisquer reuniões futuras com as montadoras chinesas, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas.

    O gabinete do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O Ministério da Economia do México não quis comentar.

    Autoridades da BYD e a embaixada chinesa no país latino-americano não responderam imediatamente a um pedido de comentário. Um porta-voz da Casa Branca disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, não permitirá que as montadoras chinesas inundem o mercado com veículos que representem uma ameaça à segurança nacional.

    A Reuters não conseguiu determinar quais montadoras chinesas solicitaram reuniões desde então. Em geral, as autoridades do governo mexicano não divulgam os subsídios concedidos às empresas para as fábricas.

    Atualmente, cerca de 20 montadoras chinesas vendem carros no México, mas nenhuma delas ainda tem uma fábrica no país. Os veículos chineses constituem cerca de um terço do total de ofertas de marcas no México.

    As fontes atribuíram a medida à pressão do governo dos EUA, especificamente do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), para manter as montadoras chinesas fora da zona de livre comércio estabelecida pelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

    A resposta de um funcionário do USTR à Reuters não abordou a pressão relatada, mas o funcionário disse que o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) não foi feito para "fornecer uma porta dos fundos para a China e outros que possam estar buscando acessar nosso mercado sem pagar... tarifas".

    A autoridade afirmou que o USTR está concentrado nessa questão relacionada a automóveis, aço e alumínio.

    A intervenção dos EUA reflete o temor cada vez mais agudo da indústria automotiva, dos sindicatos e dos círculos políticos dos EUA de que as montadoras chinesas, como BYD, SAIC, Geely, Chery e JAC, pretendem usar o México como porta de entrada para vender carros elétricos baratos nos Estados Unidos sem pagar as pesadas tarifas norte-americanas, atualmente em 27,5%.

    A representante comercial dos EUA Katherine Tai disse na quarta-feira que os EUA precisam tomar medidas decisivas para proteger os veículos elétricos da concorrência chinesa subsidiada.

    (Reportagem adicional de David Lawder e Jeff Mason em Washington e Zhang Yan em Xangai)

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