Secretário do Tesouro dos EUA elogia Milei por reformas ultraliberais e pressiona por rompimento com China
Scott Bessent visita Buenos Aires, celebra reformas econômicas e defende fim do swap com Pequim, mas não anuncia novos financiamentos
247 - Em visita oficial a Buenos Aires nesta segunda-feira (14), o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, expressou apoio às reformas econômicas promovidas pelo presidente argentino Javier Milei, qualificando-as como um "milagre econômico".
A visita ocorre após a flexibilização do controle cambial e a assinatura de um novo acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Durante encontro na Casa Rosada, Bessent parabenizou Milei por enfrentar o que chamou de "burocracia excessiva" e "níveis de inflação raramente vistos", destacando a semelhança entre as medidas adotadas por Milei e as do presidente Donald Trump. "Tenho orgulho de apoiar o presidente Javier Milei em seus esforços incansáveis para tornar a Argentina grande novamente", afirmou o secretário.
Apesar dos elogios, Bessent não anunciou novos aportes financeiros por parte dos Estados Unidos. Em vez disso, enfatizou a necessidade de a Argentina encerrar o swap cambial de US$ 18 bilhões com a China. "À medida que esta administração mantenha sua política econômica inflexível, deveriam eventualmente ter suficientes entradas de divisas para poder pagá-lo", declarou, referindo-se ao acordo com Pequim.
A visita também marcou o início de conversas formais sobre um possível acordo de comércio recíproco entre os dois países. Milei manifestou interesse em eliminar as tarifas de 10% impostas pelos EUA a produtos argentinos, sinalizando disposição para alinhar a política comercial argentina às exigências de Washington.
Internamente, o governo argentino celebrou a visita como um endosso às políticas de ajuste fiscal e desregulamentação econômica. Em uma publicação nas redes sociais, o porta-voz presidencial Manuel Adorni compartilhou uma foto de Milei e sua equipe econômica sorridentes, com a legenda "a equipe que destruiu o controle cambial na Argentina", referindo-se à recente flexibilização do mesmo.
No entanto, analistas observam que, embora a visita de Bessent represente um respaldo político, ela não trouxe compromissos financeiros concretos. A ausência de novos financiamentos e a pressão para romper laços com a China indicam uma estratégia dos EUA de influenciar a política econômica argentina sem oferecer contrapartidas imediatas.
A visita de Bessent ocorre em um momento delicado para a Argentina, que enfrenta desafios econômicos significativos, incluindo inflação elevada e necessidade de estabilização fiscal. O apoio dos EUA pode fortalecer a posição de Milei internacionalmente, mas a falta de novos recursos financeiros levanta questões sobre a sustentabilidade das reformas em curso.
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