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    Uruguai vai às urnas neste domingo para decidir presidência do país

    No primeiro turno, realizado em 27 de outubro, Yamandu Orsi conquistou 46,1% dos votos, enquanto Álvaro Delgado obteve 28,2%

    Funcionária eleitoral prepara material de votação para distribuição em Montevidéu, 25/10/2024 (Foto: REUTERS/Mariana Greif)

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    247 - Neste domingo (24), o Uruguai vai às urnas para escolher entre Yamandú Orsi, candidato da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, apoiado pela coalizão governista liderada pelo presidente Luis Lacalle Pou. A eleição presidencial, marcada por forte polarização, traz os dois candidatos tecnicamente empatados, com pesquisas apontando 47% para Orsi e 46% para Delgado, dentro da margem de erro de 3,4 pontos percentuais.

    Segundo o g1, no primeiro turno, realizado em 27 de outubro, Orsi conquistou 46,1% dos votos, enquanto Delgado obteve 28,2%. Agora, no segundo turno, ambos buscam atrair os eleitores indecisos e consolidar suas bases para assumir a liderança de um país politicamente dividido. Ao todo, quase 3 milhões de eleitores estão aptos a participar do pleito.

    Yamandú Orsi, de 57 anos, herdeiro político do ex-presidente José Mujica, representa a esperança da Frente Ampla de retomar a presidência após quatro anos fora do poder. Ex-governador do departamento de Canelones e professor de história, Orsi adotou uma postura conciliadora durante a campanha, prometendo renovação da esquerda por meio do diálogo e atenção a pautas ambientais, inclusão social e apoio a pequenos produtores.

    Apoiado por Mujica, que se afastou da campanha por questões de saúde, Orsi busca simbolizar continuidade e mudança. "Temos as condições para assumir nosso país e continuar trabalhando com base em acordos, mas também com uma atitude firme e determinada para levar adiante as transformações que o país necessita", afirmou o candidato.

    Do outro lado, Álvaro Delgado, de 55 anos, veterinário e ex-secretário da Presidência de Lacalle Pou, defende a manutenção das políticas que marcaram os últimos anos do governo de direita. Ele enfatiza os avanços em segurança, infraestrutura e economia, além de seu papel durante a pandemia de Covid-19, quando foi a ponte entre governo e população.

    "[Vai nos eleger] uma maioria silenciosa que não tem bandeira, que não tem faixas, que hoje prefere a continuidade de um governo que foi melhor que o governo da Frente Ampla", declarou Delgado durante um comício.

    Um fator decisivo para a campanha de Orsi foi o desempenho da Frente Ampla nas eleições legislativas, onde conquistou a maioria no Senado (16 de 30 cadeiras) e na Câmara (48 de 99 vagas). A base parlamentar fortalece o discurso de que o partido tem condições de governar com estabilidade.

    Delgado, por sua vez, aposta na aprovação popular do governo Lacalle Pou, que encerra o mandato com bons índices de aprovação, especialmente entre eleitores rurais e setores conservadores.

    O pleito deste domingo deve ser decidido por uma margem estreita, semelhante à eleição de 2019, que foi definida por apenas 37 mil votos. "O país está dividido em duas metades", avaliou o sociólogo Eduardo Bottinelli, diretor da consultoria Factum. "É razoável estimar que a eleição será definida por menos de 50 mil votos."

    Apesar da acirrada disputa, analistas preveem uma transição pacífica, independentemente do resultado. "Quem perder aceitará isso pacificamente e será aberta uma etapa necessária de negociação entre os dois blocos", afirmou Bottinelli.

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