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    Edson Santos

    Vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PT

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    A arapuca do BC para Lula

    "É inacreditável o que faz o Banco Central sob a liderança de Campos Neto, o sabotador geral da República", diz Edson Santos

    Roberto Campos Neto (Foto: Reuters/Brendan McDermid)

    Traduzir o economês é sempre uma tarefa difícil, ainda mais quando falamos de um país com as dimensões territoriais e a complexidade econômica do Brasil. Uma coisa, porém, precisa ficar clara para todos: é inacreditável o que faz o Banco Central sob a liderança de Campos Neto, o sabotador geral da República. 

    A não intervenção no câmbio é hoje mais do que um grave ataque especulativo contra o país, mas uma tentativa de minar o sucesso do governo Lula e interromper o ciclo de crescimento do país, abrindo espaço para a volta da extrema direita em 2026.

    Para entender melhor, vamos por partes. Em primeiro lugar, o Brasil não vive um ambiente de crise financeira ou econômica que justifique uma desvalorização tão acentuada da nossa moeda. Pelo contrário, os indicadores econômicos mostram uma economia estável, com inflação controlada, desemprego em baixa e com boas perspectivas de crescimento, sem os sintomas de vulnerabilidade que geralmente precedem uma desvalorização cambial significativa.

    Sendo assim, o que estamos presenciando é claramente uma manobra especulativa para rebaixar o valor do real, e, por consequência, não reduzir os juros. Esta é a arapuca que o sabotador da República Campos Neto criou para minar o governo Lula.

    O Banco Central tem a responsabilidade de intervir para estabilizar o câmbio e proteger a economia nacional. Historicamente, o Brasil já enfrentou outras situações em que a intervenção do BC foi crucial para conter ataques especulativos. Quando não há a mesma disposição para defender a moeda, o que ocorre é mais estímulo para a especulação, o que cria um ciclo vicioso de desvalorização de difícil reversão.

    A inação atual contrasta com essas experiências passadas e levanta questionamentos sobre a estratégia adotada pela atual administração do BC. A população precisa ter em conta que o país possui reservas em dólar que poderiam perfeitamente ser utilizadas para controlar o disparo da moeda americana, mas isso não está sendo feito.

    A estabilidade cambial é fundamental para a economia real. Empresas que dependem de insumos importados, por exemplo, sofrem com a alta do dólar, o que pode levar a aumentos de preços e pressão inflacionária. Quando a moeda de um país perde valor em relação a outras moedas, os preços dos produtos importados sobem, aumentando o custo de bens e serviços no mercado interno. Esse aumento nos preços pode levar a uma inflação generalizada, pressionando o poder de compra dos consumidores e afetando a economia de várias maneiras. A desvalorização é ainda um pretexto para que os agentes do mercado financeiro passem a falar na necessidade de subir os juros para ancorar a inflação – o que ainda não está ocorrendo.

    Faltam apenas seis meses para o fim do mandato de Campos Neto. Seu impeachment é necessário, mas o caminho correto é denunciar suas ações sabotadoras ao Senado e cobrar para que ele seja responsabilizado pelos prejuízos que está causando ao país.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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