Anatomia de um crime: privatização da Sabesp
"A privatização da Sabesp constitui um desastre programado contra o bem-estar da população de São Paulo e do Brasil", diz Paulo Moreira Leite
Recém-consumada, a privatização da Sabesp, principal empresa de saneamento do país, constitui um desastre programado contra o bem-estar da população de São Paulo e mesmo do Brasil, com graves perspectivas para um futuro próximo.
Com um histórico reconhecido de gestão eficiente por estudiosos e especialistas do setor, dentro e fora do país, a Sabesp tornara-se capaz de distribuir 25% de dividendos anuais aos acionistas, mesmo cobrando uma tarifa igual 40% da praticada pelos operadores privados que arremataram a Cedae, seu equivalente no Rio de Janeiro. (Ver "Especialistas consideram que privatização é um erro", publicado pela revista "Saneamento Ambiental", referência no país, em 21/10/2023).
Com a privatização, o controle da empresa muda de mãos -- e de função, obviamente.
Vendida a um preço artificialmente baixo, na típica "bacia das almas" dos negócios destinados a favorecer os acionistas privados, tornou-se um ativo financeiro destinado a engordar os lucros de especuladores do presente e do futuro, sem qualquer responsabilidade pelo bem-estar da população. Seus lucros estarão garantidos pela natureza essencial da mercadoria que tem para oferecer: água para matar a sede, garantir a higiene e vencer a fome.
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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