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    Reimont Otoni

    Deputado federal (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Desigualdade Racial da Câmara

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    Anistia é mais uma tentativa de golpe

    Deputado federal Reimont acusa projeto de anistia a golpistas

    Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

    A esdrúxula proposta de anistiar os que conspiram e atuam para derrubar o governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cheiro, cara e rabo comprido de mais uma tentativa de golpe. 

    Não resiste a um sopro o argumento de que os atos de invasão e depredação das sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, na Praça dos Três Poderes, foram obras de vândalos sem noção, que se reuniram de modo aleatório, voluntarista e intempestivo, sem qualquer envolvimento de autoridades e instituições. Tais afirmações parecem saídas de uma dessas realidades paralelas criadas na internet para enganar os crédulos ingênuos e alimentar os fascistas.

    Será que se esquecem dos acampamentos montados e mantidos durante meses em terrenos do Exército Brasileiro, uma instituição do estado, assim que Lula foi eleito? Será que desconhecem as seguidas visitas de autoridades do antigo governo a esses acampamentos, quando ainda estavam no exercício dos cargos, envolvendo diretamente as instituições que representavam? Será que desconhecem os inúmeros recados do candidato derrotado, ainda na Presidência da República, incitando o golpe, colocando em dúvida o processo eleitoral, usando as prerrogativas e estrutura do cargo para permanecer no poder?

    Será que desconhecem ou negam as investigações da Polícia Federal, que trouxeram à tona farto material probatório das conspirações, do envolvimento de autoridades e do uso de mobiliários e equipamentos de instituições para reuniões e articulações da Minuta do Golpe e dos planos terroristas para o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes; planos que foram colocados em andamento e só falharam por problemas logísticos?

    Não foram vândalos, foram fascistas militantes do golpe. 

    Anistia é impunidade e estimula o crime. A Democracia não pode admitir a impunidade dos que conspiram e atuam contra ela. 

    A História nos ensina. Na década de 1950, o então general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra do governo  Juscelino Kubitscheck, aconselhou o presidente a punir os golpistas que tentaram impedir a sua posse (1955) e os líderes das revoltas de Jacareacanga (1956) e de Aragarças (1959). Também sugeriu que passasse para reserva o general Castello Branco, conhecido por atentar contra a democracia. JK não aceitou os conselhos. Menos de 10 anos depois, aqueles mesmos personagens estavam no golpe de 1964, Lott e Juscelino eram cassados e o país mergulhava em 21 anos de trevas, perseguições, desemprego, arrocho salarial, inflação, corrupção, morte.

    Igualmente, os auto-anistiados do Golpe de 1964 continuam tramando sob o manto da impunidade.

    Os que hoje pedem a anistia são os mesmos que continuam ativos contra a democracia.

    Não podemos e não queremos perpetuar golpes e erros. Não à anistia para os golpistas! Abaixo a impunidade!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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