Um autor fora da história
A pena de Vargas Llosa estava sempre disposta a prestar serviço aos interesses reacionários que sustentam o atraso da América Latina
Num período único da literatura latino-americana, quando o talento de seus autores assegurou um prestígio raro em escala mundial, o peruano Mario Vargas Llosa chegou a produzir obras memoráveis pela prosa elegante e a crítica bem calibrada.
Mas, enquanto diversos escritores de países vizinhos foram capazes de manter um caminho coerente entre a boa literatura e uma visão crítica sobre as contradições da região, a começar pelo colombiano Gabriel García Márquez e pelo argentino Júlio Cortázar, Vargas Llosa seguiu outro percurso.
Abandonando uma necessária visão crítica sobre o papel político das elites da América Latina, sócias menores da prolongada dominação imperialista presente na região, que chegou a ensaiar nas primeiras obras, Vargas Llosa cumpriu outro papel. Tornou-se uma sentinela das doutrinas mais reacionárias, comportando-se como uma típica pena de aluguel sempre disposta a prestar serviço aos interesses reacionários que sustentam o atraso econômico, político – e cultural – dessa parte do planeta.
Alguma dúvida?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: