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    Brasil reforça chamado a países do G20 por liderança em financiamento climático

    "Em meio a toda a incerteza geopolítica atual, a sinalização política que tem que vir da Cúpula do G20 é muito importante", disse Ana Toni

    Autoridades brasileiras na abertura do Pavilhão Brasil na COP29 (Foto: Cadu Gomes/VPR)

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    247 - A ambição climática dos países em desenvolvimento está diretamente ligada à oferta de financiamento por parte das maiores economias do mundo, que compõem o G20. Essa foi a conclusão apresentada por especialistas na COP29, em Baku, Azerbaijão, dias antes da Cúpula de Líderes do G20, marcada para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, sob a presidência brasileira.

    Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), destacou que o financiamento público é essencial para enfrentar a crise climática, mas que também é necessário mobilizar o setor privado. “Um não substitui o outro. Precisamos de ambos. A sinalização política do G20 é crucial em meio à incerteza geopolítica”, afirmou.

    O Brasil chegou à COP29 com credenciais robustas, apresentando uma Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) que prevê redução de até 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035. O país também apresentou uma forte queda no desmatamento da Amazônia e do Cerrado e lançou a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), conectando investidores e projetos prioritários para a transição econômica e adaptação climática.

    “Temos ambição e projetos. O que falta é a sinalização de que teremos os meios para implementar essa ambição”, declarou Ana Toni.

    Avinash Persaud, assessor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ressaltou que países em desenvolvimento precisam de ao menos 2,4 trilhões de dólares anuais para mitigação, adaptação e enfrentamento de perdas causadas por eventos extremos. “Sem financiamento climático, as perdas estão sendo custeadas pelos mais pobres, que têm suas casas e meios de subsistência destruídos”, disse Persaud, defendendo que ao menos um trilhão deve vir de fontes internacionais.

    Joshua Amponsem, cofundador da Organização da Juventude Verde da África, alertou para o impacto da crise climática em comunidades vulneráveis: “Os líderes do G20 precisam entender que suas decisões afetam diretamente milhões de pessoas, desde fazendeiros no Quênia até pescadores em Moçambique. O alvo de 1,5°C não é negociável: é o futuro das pessoas.”

    O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou que o G20, responsável por 80% das emissões globais, precisa liderar o combate às mudanças climáticas. “Agora é o momento para as maiores economias mostrarem comprometimento”, declarou no Rio de Janeiro.

    O secretário executivo da COP29, Simon Stiell, também reforçou o apelo, solicitando maior financiamento climático, reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento e cooperação internacional. “A crise climática deveria ser o item número um da pauta no Rio”, afirmou.

    Ana Toni enfatizou o trabalho da Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima do G20, que articulou medidas para acelerar o fluxo de recursos climáticos e fortalecer a governança financeira internacional. “O Secretário-Geral da ONU e o presidente Lula têm papéis de liderança cruciais nessa agenda”, concluiu.

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