Governo aprova plano de energia até 2034 com foco em renováveis, R$ 3,2 trilhões em investimentos e fim da pobreza energética

247 - O governo federal oficializou, nesta quarta-feira (9), a aprovação do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, um instrumento estratégico que delineia as diretrizes para o futuro do setor energético brasileiro ao longo da próxima década. A informação foi publicada no Diário Oficial da União por meio da Portaria nº 831/2025 do Ministério de Minas e Energia (MME). O documento foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e tem como objetivo orientar a transição energética do país entre 2025 e 2034.

O PDE 2034 reúne dados, projeções e análises desenvolvidas com base em rigorosos critérios técnicos e metodológicos, funcionando como um guia para políticas públicas e investimentos no setor. “O plano reafirma o compromisso do governo com a segurança e a confiabilidade do suprimento de energia, ao mesmo tempo em que amplia a importância da sustentabilidade, da eficiência energética, da diversificação da matriz energética nacional e das ações para descarbonização da economia e de outros segmentos da vida nacional”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Foco na inclusão energética e sustentabilidade - Entre os eixos centrais do plano está o combate à pobreza energética. O PDE se propõe a promover o acesso universal e de qualidade à energia, especialmente para populações de baixa renda, como forma de garantir melhores condições de vida e inclusão social. O documento apresenta uma abordagem integrada dos recursos energéticos, pensando a energia como vetor de desenvolvimento social e econômico.

O planejamento também reflete as principais políticas do atual governo no setor, como o programa Gás para Empregar, o Marco Legal do Hidrogênio, o Programa Luz para Todos, a expansão das energias renováveis, o fortalecimento dos biocombustíveis e a Lei do Combustível do Futuro. Uma das principais inovações do PDE 2034 é a inclusão de um capítulo exclusivo sobre transição energética.

Matriz elétrica seguirá majoritariamente renovável - O PDE projeta a manutenção da matriz elétrica brasileira com mais de 85% de fontes renováveis, consolidando o protagonismo da energia solar, da eólica e da geração distribuída nos próximos anos. Essa previsão está alinhada com a Política Nacional da Transição Energética, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em agosto de 2024.

Segundo o plano, a oferta interna de energia deverá crescer cerca de 25% até 2034, exigindo investimentos estimados em R$ 3,2 trilhões. Esses recursos serão fundamentais tanto para abastecer o mercado doméstico quanto para ampliar a capacidade de exportação energética do país.

Estrutura do plano e ampla participação popular - O PDE 2034 está estruturado em 12 capítulos que abordam desde questões econômicas e demográficas até aspectos técnicos como geração, transmissão, abastecimento, biocombustíveis, eficiência energética, impactos socioambientais e a consolidação da transição energética. A estrutura do plano foi enriquecida por 16 cadernos técnicos e sete estudos complementares, além de bases de dados de apoio.

Durante a consulta pública, realizada entre 11 de novembro e 11 de dezembro de 2024, o documento recebeu 968 contribuições — um recorde de participação social. O “Capítulo 3 – Geração de Energia Elétrica” foi o mais comentado, concentrando 29,4% das sugestões, seguido pelos capítulos sobre transmissão (17,6%) e demanda de energia (7,9%).