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"O greenwashing ofende o consumidor, o meio ambiente e gera o colapso financeiro por ato de corrupção", diz especialista

Antonio Lawand traz exemplos de empresas que fazem esta prática no Brasil e no mundo e como nós, cidadãos comuns, conseguimos identificá-las e denunciá-las

Antonio Lawand (Foto: Divulgação)

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Por Beatriz Bevilaqua, 247 - Você já ouviu falar nas palavras "Greenwashing" ou “Lavagem Verde” ou até mesmo “Maquiagem Verde”? Nada mais são do que termos usados para descrever a prática de uma empresa que tenta se apresentar como ambientalmente responsável, mas que engana seus consumidores para criar uma imagem sustentável.

Neste episódio entrevistamos Antonio Lawand, advogado, professor universitário e um dos maiores especialistas brasileiros nesta temática. “Essas companhias fazem declarações ao mercado, com registros auditáveis, sobre metas de sustentabilidade que nunca tiveram a intenção de atingir ou que nunca atingiram, mas que maquiam no meio empresarial com a intenção de distorcer o mercado”, explicou Antônio.

Recentemente, o Banco Central Europeu realizou uma pesquisa sobre índices de juros e descobriu que as empresas com práticas sustentáveis pagam 14% menos impostos por ano. Quanto mais sustentável for uma prática, menor é o risco para o investidor, o que resulta em um custo mais baixo para o empréstimo, pois o investidor confia que o dinheiro será devolvido. Ou seja, negócios sustentáveis são considerados mais seguros.

“A maldade do greenwashing é que a empresa aparenta ser sustentável sem realmente arcar com os custos de uma verdadeira prática responsável. Assim, atrai capital a baixo custo fingindo ter um compromisso com a sustentabilidade. Isso resulta em um custo menor, distorce o mercado, ofende o consumidor e o meio ambiente, e contribui para o colapso financeiro por meio de práticas corruptas”, explicou Antônio.

Durante a entrevista, ele apresenta vários exemplos de empresas que adotam essas práticas no Brasil e no mundo, e explica como nós, cidadãos comuns, podemos identificar e denunciar atos de corrupção. Afinal, o planeta clama por socorro, e ainda precisamos enfrentar organizações desonestas que estão prejudicando a biodiversidade da Terra e ameaçando as gerações futuras.

“Durante a COP de Kyoto, onde foi estabelecido o famoso Protocolo de Kyoto, o foco era a prevenção das consequências das mudanças climáticas. Já na COP de Paris, a abordagem mudou significativamente, passando a tratar do contingenciamento – ou seja, em vez de evitar as mudanças, o objetivo é controlar seus piores impactos para minimizar os danos. A perspectiva é que o que meus filhos e netos enfrentarão será muito mais agressivo do que o que eu e meus pais enfrentamos em termos ambientais, especialmente vivendo em Santos”, afirmou.

Segundo o especialista, as mudanças climáticas estão mostrando suas garras e terão um impacto financeiro significativo para cada cidadão. “Cada calçada destruída pelo avanço do mar será um custo que teremos que arcar. Cada área que se tornar inóspita ou inadequada para cultivo resultará em preços mais altos para alimentos e na necessidade de investir em pesquisas para desenvolver novas tecnologias agrícolas. Além disso, os novos medicamentos necessários para tratar doenças relacionadas às mudanças climáticas também representarão um custo adicional”, enfatizou.

Ele reforça a necessidade de escolhermos bem o nosso representante, sobretudo neste ano. “Temos eleições a cada dois anos. Você estará concedendo a cada candidato a responsabilidade de agir em seu nome e defender o que é melhor para você”, concluiu.

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