Petrobras estuda parceria ou criação de empresa para produção do etanol
“Estamos com pressa para retomar o protagonismo na produção de etanol", disse Maurício Tolmasquim, diretor-executivo de Transição Energética
247 – A Petrobras anunciou, nesta sexta-feira (22), durante a apresentação do plano de negócios 2025-2029, que está avaliando a criação de uma joint venture ou outra parceria empresarial para a produção de etanol. O objetivo é ampliar a participação no mercado de biocombustíveis e preparar a estatal para um futuro em que o consumo de gasolina deve perder relevância entre os combustíveis para veículos leves.
O plano marca um retorno estratégico da Petrobras ao mercado de etanol, após sua saída em 2017. Com previsão de investimentos de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,5 bilhões), a estatal projeta uma produção anual de 2 bilhões de litros de etanol a partir de milho e bagaço de cana. “Somos o único país do mundo que tem frota de veículos leves flex. Ou seja, etanol”, afirmou Magda Chambriard, presidente da Petrobras, durante o evento reportado pela Sputnik.
Maurício Tolmasquim, diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, destacou a ambição da empresa de assumir uma posição de destaque no setor. “Estamos com pressa para retomar o protagonismo na produção de etanol. Nossa ambição é grande, e queremos ser um dos líderes nesse mercado. Parcerias são o caminho mais rápido para alcançar esse objetivo”, declarou.
A busca por combustíveis limpos, como o etanol, alinha-se tanto a interesses ambientais quanto econômicos. “Não vamos destruir valor, vamos construir valor, mantendo foco em petróleo e gás, mas também em projetos rentáveis e competitivos de energia renovável”, complementou Tolmasquim.
Transição energética e metas de longo prazo
O novo plano de negócios da Petrobras prevê um aumento de 9% nos investimentos totais em relação ao ciclo anterior, totalizando US$ 111 bilhões (R$ 645 bilhões) nos próximos cinco anos. Desse total, 15% (US$ 16,3 bilhões) serão destinados à transição energética, um aumento de 42% em relação ao ciclo anterior.
A meta da empresa é alcançar a neutralidade de carbono na exploração e produção de petróleo até 2050, conciliando a exploração de petróleo com investimentos em energias renováveis, como o etanol. Magda Chambriard enfatizou a compatibilidade entre as duas frentes. “É perfeitamente possível conciliar exploração, produção e refino de petróleo com liderança na transição energética. Nossa produção de energia vai crescer mais limpa, mantendo a relevância da Petrobras no país e a atenção que a sociedade brasileira merece.”
Panorama da produção e Margem Equatorial
A Petrobras estima que sua produção de petróleo atinja o pico até 2029, alcançando 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia, antes de começar a declinar. Para compensar esse declínio, a estatal planeja perfurar 51 poços na Margem Equatorial entre 2025 e 2029, aguardando as licenças necessárias do Ibama.
Cerca de 31% da oferta primária de energia do Brasil vem da Petrobras. Até 2050, a empresa prevê que a geração primária de energia no país crescerá 60%, com fontes renováveis representando entre 8% e 11% de sua matriz energética.
Impacto econômico e ambiental
O plano de negócios também contempla a geração de 315 mil empregos diretos e indiretos nos próximos cinco anos, reforçando o impacto socioeconômico das ações da Petrobras. Além disso, a aposta em biocombustíveis como o etanol reflete a busca por modelos sustentáveis e alinhados às demandas globais por redução de emissões de carbono.
Com esse movimento, a Petrobras pretende não apenas consolidar sua liderança no mercado de combustíveis no Brasil, mas também se posicionar como protagonista na transição energética global, mantendo o equilíbrio entre exploração de petróleo e ampliação de sua atuação no setor de energias renováveis.
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