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    Após se tornar réu por trama golpista, Bolsonaro volta a atacar as urnas eletrônicas

    Primeira Turma do STF tornou o ex-mandatário e sete de seus aliados réus por tramar um golpe de Estado visando impedir a posse do presidente Lula

    Jair Bolsonaro durante participação em evento em Goiânia, 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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    247 - Jair Bolsonaro (PL) reagiu com ataques à decisão que o tornou réu por tramar um golpe de Estado nesta quarta-feira (26). A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acatou, por unanimidade, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de integrar o núcleo central da tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições de 2022.

    Durante pronunciamento de pouco menos de uma hora, feito em frente ao Senado Federal, Bolsonaro voltou a lançar dúvidas sobre a integridade das urnas eletrônicas, defendeu o voto impresso e criticou a sua inelegibilidade, válida até 2030. "O voto impresso é um direito. Uma contagem pública de votos tem de ser aceita. A Alemanha não aceitou um sistema como o nosso", disparou.

    "Na Venezuela só foi possível detectar fraude por causa do voto impresso. Foi a primeira vez que a Venezuela adotou o voto impresso. Por que a Venezuela fez isso? Já que o sistema eleitoral dele era exatamente igual ao nosso", disse em outro momento mais à frente. "As eleições na Venezuela usaram no ano passado a emissão de um recibo após cada votação, depositado em uma segunda urna para conferência posterior. A oposição, no entanto, usou os boletins de urna, que existem no Brasil, para contestar o resultado favorável ao ditador Nicolás Maduro", completou.

    Ao criticar o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, Bolsonaro disse que o magistrado "quer botar 30 [anos de cadeia] em mim. Se eu tivesse devendo qualquer coisa, eu não estaria aqui. Fui para os Estados Unidos graças a Deus porque, se tivesse aqui em 8 de janeiro, estaria preso ou morto, que é o sonho de alguns, porque preso eu vou dar trabalho", declarou o ex-mandatário, de acordo com a Folha de S.Paulo. Em outro momento, questionou: "Eu sou golpista? [Em] 8 de janeiro estava nos Estados Unidos. Uma das cinco acusações é destruição de patrimônio. Só se for por telepatia".

    A denúncia acolhida pelo STF também abrange outros sete aliados de Bolsonaro e representa um passo decisivo rumo ao julgamento de mérito, que a Corte pretende realizar ainda em 2025. O objetivo é impedir que o caso seja explorado politicamente nas eleições presidenciais de 2026, quando Bolsonaro estará legalmente impedido de concorrer, mas poderá influenciar a escolha do candidato da direita.

    A abertura do processo tem causado fissuras no núcleo político bolsonarista. Enquanto parte dos aliados aposta na manutenção da narrativa de perseguição para manter a base mobilizada, outros já articulam a antecipação da escolha de um novo nome para liderar a chapa do PL nas eleições municipais de 2024 e, possivelmente, para a disputa presidencial.

    O STF deve agora definir o calendário da instrução processual, colhendo depoimentos e provas para embasar o julgamento final. 

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