Após tarifaço de Trump, Jaques Wagner diz que é "natural" Brasil buscar novas relações comerciais

247 – O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, afirmou nesta quarta-feira (2) ver “com preocupação” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma taxa de 10% sobre a importação de produtos brasileiros. Para o senador, o movimento norte-americano vai contra os princípios do multilateralismo econômico e prejudica “todo o mundo”.

Mais cedo, em um evento na Casa Branca, o republicano apresentou as tarifas globais recíprocas que passarão a ser cobradas pelos EUA. Trump anunciou taxas de 49% para o Camboja, 46% para o Vietnã, 34% para a China, 32% para Taiwan, 31% para a Suíça, 30% para a África do Sul, 26% para a Índia, 25% para a Coreia do Sul, 24% para o Japão, 20% para a União Europeia, 10% para o Brasil e 10% para o Reino Unido.

“Se um país aumenta as taxas de importação, isso vai recair sobre o consumidor interno. É uma lógica de reversão da globalização, como quem diz “agora, cada qual cuida da sua fronteira”. É uma lógica belicosa”, disse o líder do governo em uma publicação na rede social X.

Wagner ainda enfatizou que o tarifaço pode impulsionar o Brasil a buscar novas relações comerciais, mencionando o caso do Japão e do Vietnã. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou a ambos os países asiáticos para negociar acordos comerciais e estreitar relações.

“Se os produtos brasileiros têm dificuldade de entrar nos EUA, é natural a gente abrir outras fronteiras”, escreveu. “Foi o que fizemos agora no Japão e Vietnã, como destaquei hoje no Plenário, ao fazer um balanço da viagem. Há ali a previsão de alguns bilhões de dólares de incremento para o nosso país. E isso não vai acontecer só com o Brasil, mas com qualquer país do mundo.”