Bolsonaro e Tarcísio negociam indicações ao Senado para 2026

247 - Durante um almoço realizado em Brasília na quarta-feira (12), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Jair Bolsonaro (PL) trataram de três temas estratégicos para a extrema direita: as eleições de 2026, o projeto de anistia para os condenados pelo 8 de janeiro de 2023 e a articulação da oposição ao governo Lula (PT). O encontro contou ainda com a presença do deputado federal Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados.  

No centro das discussões, segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, esteve a disputa pelas vagas ao Senado por São Paulo. Bolsonaro e Tarcísio já possuem um acordo para lançar dois nomes competitivos. O ex-presidente pretende emplacar seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), enquanto o governador paulista terá o direito de indicar um segundo nome. O favorito para essa vaga é o atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.  

Embora a aliança entre Bolsonaro e Tarcísio pareça consolidada, há resistências dentro da própria direita. O deputado Ricardo Salles, que recentemente deixou o PL e se filiou ao Novo, também se coloca como um potencial candidato ao Senado e teria recebido garantias de que seu novo partido apoiará sua postulação.  

Senado como frente de batalha bolsonarista - A formação de uma base bolsonarista no Senado se tornou prioridade para Bolsonaro, que vê a Casa como um espaço estratégico para conter decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e proteger seus aliados. Ele tem incentivado senadores próximos a disputar a reeleição para garantir uma bancada numerosa e alinhada à direita.  

O controle do Senado é visto pelo ex-presidente como uma forma de pressionar o STF, que tem sido um dos principais alvos do bolsonarismo. Além disso, a Casa tem a prerrogativa exclusiva de abrir processos de impeachment contra ministros do Supremo, o que explica o esforço do ex-presidente em fortalecer sua influência na instituição.  

Outro tema debatido no almoço foi o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Parlamentares bolsonaristas tentam articular uma proposta para perdoar os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, mas a medida enfrenta resistência no Congresso e na sociedade.