Cid teme queda do sigilo de delação em meio à expectativa de denúncia da PGR

247 – Em meio à expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) envie, nesta semana, a primeira denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) por uma suposta tentativa de golpe de Estado, o tenente-coronel Mauro Cid teme que detalhes de sua delação premiada venham a público. A informação é do blog da Jussara Soares, da CNN.

Mesmo que trechos da colaboração já tenham sido mencionados em relatórios da PF, parte do conteúdo segue sob sigilo judicial. Segundo a CNN, a principal preocupação de Cid é a exposição diante do acesso aos detalhes de suas declarações. Nos mais de dez depoimentos, ele explica a dinâmica da suposta trama golpista.

Acordo de colaboração premiada

O acordo de delação premiada foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2023. Com a colaboração, o militar, que estava preso desde maio daquele ano, deixou a prisão.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por duas vezes, esteve ameaçado de perder os benefícios da delação. Em março de 2024, após o vazamento de áudios nos quais ele criticava Moraes e a Polícia Federal, o militar chegou a ser preso novamente. Cid foi solto apenas em maio, por decisão do ministro.

Além disso, em novembro, o militar teve de prestar novos esclarecimentos ao magistrado após a PF encontrar contradições nos depoimentos. O acordo, no entanto, foi mantido depois que Cid forneceu detalhes sobre o papel do general Walter Braga Netto no suposto plano golpista.