Cinco foragidos do 8 de Janeiro aguardam julgamento de extradição na Argentina
Grupo detido há mais de quatro meses terá audiências marcadas para abril ou maio em Buenos Aires
247 - Quase cinco meses após a Justiça argentina ordenar a prisão de aproximadamente 60 brasileiros condenados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, apenas cinco foram detidos e agora aguardam julgamento em Buenos Aires. As audiências de extradição, inicialmente previstas para fevereiro, foram adiadas devido a recursos das defesas, mas devem ocorrer entre abril e maio.
O juiz Daniel Rafecas, responsável pela 3ª Vara Federal, conduzirá as audiências dos cinco detidos na Grande Buenos Aires. Caso a extradição seja confirmada, os acusados poderão recorrer à Suprema Corte argentina. O Tribunal de Apelações já negou recursos anteriores das defesas.
Em entrevista, o juiz Rafecas observou uma "clara ação coordenada para fugir da Argentina", considerando o baixo número de detenções desde a emissão dos mandados. Há indícios de que alguns foragidos tenham seguido para os Estados Unidos e México por vias terrestres.
Os detidos são: Joelton Gusmão de Oliveira (condenado a 17 anos de prisão), Rodrigo de Freitas Moro Ramalho (14 anos), Joel Borges Correa (13 anos), Wellington Luiz Firmino (17 anos) e Ana Paula de Souza (14 anos).
O caso ganha destaque pelo fato de os cinco solicitarem refúgio na Argentina, alegando perseguição política. As leis argentinas indicam que solicitantes de refúgio não podem ser extraditados enquanto seus pedidos estão em análise, processo que pode levar anos.
Em outubro passado, o governo de Javier Milei alterou normas internas para impedir a concessão de refúgio a indivíduos acusados ou condenados por crimes graves. Não está claro se os foragidos do 8 de Janeiro se enquadram nessa categoria perante a Justiça local.
Essa situação gerou insatisfação entre os detidos em relação a Milei, anteriormente visto como possível aliado que lhes concederia asilo. Alguns dos presos escreveram cartas da prisão, divulgadas publicamente. Ana Paula de Souza, por exemplo, expressou esperança de que "'Libertad, carajo' seja mais uma ação concreta do que palavras ao vento", referindo-se ao lema do governo Milei, que prioriza liberdades econômicas e individuais.
Até o momento, o governo argentino declarou que seguirá as decisões judiciais sobre os pedidos de extradição e negou qualquer "pacto de impunidade com os bolsonaristas". O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos e licenciado do mandato, visitou Buenos Aires para solicitar que Milei auxiliasse os foragidos, chegando a visitá-los na prisão.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
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