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    Extrema direita está recrutando para novos ataques, alerta antropóloga

    Segundo a pesquisadora, episódios como o atentado não são isolados, mas fazem parte de uma escalada organizada

    (Foto: Reuters)

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    247 - A antropóloga Isabela Kalil, pesquisadora do Observatório da Extrema Direita, destacou a relação entre o recente atentado com explosões na Praça dos Três Poderes e os eventos de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As declarações foram dadas em entrevista ao UOL. Kalil integra o grupo de trabalho criado pelo governo para discutir estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo.

    Segundo a pesquisadora, episódios como o atentado não são isolados, mas fazem parte de uma escalada organizada, com raízes no incentivo de grupos extremistas. “O governo precisa dar respostas certeiras aos ataques motivados por discursos de ódio e instigados pela extrema direita. Caso contrário, atentados semelhantes voltarão a ocorrer”, afirmou.

    Recrutamento começa cedo e vai além da internet

    Kalil ressaltou que o atentado e ações similares estão longe de ser obra de indivíduos isolados. "[Wanderley Luiz] não é um lobo solitário", explicou, apontando para o papel ativo de grupos de extrema direita no recrutamento de novos membros, incluindo homens e até crianças. "A parte do recrutamento começa muito cedo."

    A especialista enfatizou ainda que o processo de aliciamento não ocorre apenas no ambiente virtual. “Agora temos eventos, mobilizações de massa, como manifestações. É mais complexo”, destacou. Segundo ela, embora os grupos extremistas possam parecer inofensivos à primeira vista, há um trabalho contínuo de radicalização em curso, que requer vigilância e ações contundentes.

    O papel do governo e a urgência de respostas

    Kalil alertou que a ausência de respostas firmes pode abrir caminho para a repetição de episódios como o do 8 de janeiro e outros atentados semelhantes. A criação de espaços de diálogo e a aplicação rigorosa das leis contra extremismos seriam, em sua visão, passos fundamentais para conter o avanço desses movimentos.

    O debate sobre o extremismo e os discursos de ódio no Brasil ganha cada vez mais relevância em meio aos ataques que desafiam as instituições democráticas. A pesquisa de Isabela Kalil reforça a necessidade de ações integradas entre governo e sociedade para combater a raiz do problema.

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